Dossiê Pisseti

O deputado estadual petebista Jocelito Canto prestou grande serviço à sociedade paranaense, de modo específico à parcela não pequena representada pelos contribuintes que religiosamente recolhem seus impostos e tributos à Receita Estadual.

Em pronunciamento na Assembléia Legislativa, Jocelito discorreu sobre a autêntica maratona cumprida pelo secretário da Comunicação Social, Airton Pisseti, entre Curitiba e Assunção, capital paraguaia, com a finalidade de prestar serviços de consultoria em marketing político ao ex-bispo Fernando Lugo, candidato à Presidência da República vizinha.

Os dados são extra-oficiais, de acordo com o deputado, mas estarreceram a opinião pública ao revelar que o secretário, no ano passado, viajou cinco vezes ao Paraguai, além de outras quatro vezes desde o início desse ano. Jocelito teve o cuidado de checar a ordem cronológica dos deslocamentos, verificando que os mesmos aconteceram em dias úteis e não em finais de semana, quando o servidor público estaria – em tese – liberado de comparecer ao trabalho.

As idas e vindas de Pisseti ao país vizinho começaram em setembro e se estenderam até dezembro de 2007. A assiduidade paraguaia de Pisseti tornou-se impressionante em janeiro, mês em que o Duda Mendonça do Marau, praticamente, passou mais tempo em Assunção que em Curitiba, onde se supõe estar sua ocupação principal.

Canto não vê pecado em alguém apoiar e até trabalhar em favor de candidatos presidenciais de outro país (ele próprio apóia o general Lino Oviedo), assim como o governador anunciou que está com o socialista bolivariano Fernando Lugo e não abre.

O problema das viagens de Pisseti é que as mesmas foram feitas quando o secretário deveria estar fazendo o trabalho (sic) pelo qual é pago pelo Tesouro do Estado. O absenteísmo denunciado por Jocelito é acintoso, além de expor as mazelas duma administração falida e desacreditada.

Não fosse a exigência penosa e descabida, a sociedade apreciaria conhecer a opinião do governador, se é que ele ainda tem entranhas para suportar os desmandos cometidos à sombra de uma gestão que acabou vítima da própria arrogância venenosa.

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