Diretor da Polícia Federal diz que ‘Furacão’ tem apoio no Judiciário

O diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (PF) Getulio Bezerra, rebateu nesta quinta-feira (26) as críticas de suspeitos presos na Operação Furacão e disse que tem recebido manifestações de apoio do próprio Judiciário. "Tenho visto as melhores (reações) possíveis por parte de juízes, ministros do Judiciário e desembargadores, concordando com a atuação da polícia e até nos blindando, dizendo que a gente não merece nenhuma crítica e nem eles merecem nenhum tratamento diferenciado. Errou, é como qualquer outro cidadão", afirmou.

Bezerra reagiu também às declarações do desembargador federal José Renato Ricardo de Siqueira Regueira, que se disse perseguido pelo poder Executivo e afirmou ter sofrido tortura psicológica na cadeia. "Ele pode falar o que ele quiser, o desembargador Regueira é um dos investigados".

O diretor da PF observou que a população "fica estupefata de ver pessoas que não poderiam jamais transgredir, jamais cometer crimes, estarem cometendo". Ele disse que o órgão não pode cercear o trabalho da mídia e destacou que "a grande maioria" da magistratura "é correta e honrada". "É claro que não existe vacina para essas pessoas que se desviaram por um motivo qualquer", afirmou, salientando que os desvios de conduta ocorrem "no Executivo, no Judiciário e no Legislativo". Bezerra também fez questão de observar que a PF não faz julgamento e os investigados serão julgados "pelos seus pares".

"Invisível"

Em Belo Horizonte, ele participou da mesa redonda Inteligência e estratégias de ação: idéias para a superação do crime organizado no Brasil, durante o I Encontro anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O diretor da PF classificou o crime organizado como "invisível" e "crime-negócio", pois sempre demanda lucros financeiros e ameaça ao Estado.

Conforme Bezerra, a atuação mais contundente da PF no combate a quadrilhas nos últimos anos é resultado de um "processo", que passa pelo reforço de recursos humanos e a consolidação de uma "doutrina de inteligência" na corporação.

"Tudo isso foi um somatório para hoje a gente fazer o que está fazendo. Cada operação que a gente faz deixa um lastro de conhecimento que permite a gente trabalhar sem medo, mais um ano dois anos, contra aquelas organizações de maior potencial ofensivo".

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