No ?Dia da Regionalização? todas as Regionais de Saúde do Estado, junto com os municípios e seus gestores, vão conversar e discutir sobre a nova proposta da Secretaria da Saúde. O objetivo do projeto é reformar e organizar o atendimento na assistência à saúde no Paraná. Para o secretário da Saúde, Cláudio Xavier, a rede de assistência existente hoje foi desenhada no início de 2001, mas já não corresponde à realidade do fluxo de atendimento atual. ?Hoje não existe uma porta de entrada nem um fluxo definido para o sistema. O que queremos com esse projeto é definir toda essa questão de acordo com o porte e a capacidade dos hospitais e municípios?, afirmou.
Desta maneira, com exceção da 17ª Regional de Saúde, de Londrina, que realizou nesta quinta-feira (2) o encontro, todos os demais gestores de saúde do Estado estarão reunidos nesta sexta-feira (3) para discutir o fluxo de atendimento no Estado. ?Essa é uma questão fundamental. Com este projeto, queremos organizar o sistema no sentido de acabar com a fila de espera e facilitar o acesso dos pacientes ao sistema?, afirmou o diretor de Sistemas de Saúde da Secretaria, Gilberto Martin. ?Queremos atender o paciente o mais próximo de sua localidade. Mas para isso, não basta o Estado apenas repassar os recursos dos programas de incentivo, como o incentivo aos consórcios intermunicipais de saúde e aos hospitais regionais, que juntos somam R$ 2,4 milhões, precisamos reorganizar o sistema?, afirmou o secretário Xavier.
Mas para que todo esse processo estivesse sendo encaminhado todas as Regionais de Saúde do Estado fizeram e concluíram durante janeiro e início de fevereiro um levantamento da situação do fluxo e das necessidades de atendimento e capacidade instalada de cada região. ?O objetivo era definir o que pode e onde deve ser resolvido?, observou Martin. Depois, com base no levantamento, cada Regional montou sua proposta de rede assistencial.
?Quando tivemos esse levantamento em mãos fizemos nosso primeiro esboço da rede de assistência?, explicou o secretário Cláudio Xavier. Com esse estudo nas mãos, a proposta foi apresentada na Bipartite, reunião com os gestores municipais onde se definem as pactuações da saúde pública. Agora a proposta está sendo discutida por todas as autoridades da área e após o ?Dia da Regionalização? todas as questões levantadas serão agrupadas e um grupo técnico da Secretaria vai avaliar as sugestões e reivindicações de cada município e regional. O projeto será então finalizado e novamente apresentado à reunião Bipartite, marcada para o dia 10 de junho.
Para o diretor da 12ª Regional de Saúde, em Umuarama, Armando Cerci Júnior, o projeto representa a melhoria dos recursos e a racionalidade nos gastos. Ele explicou que toda a rede da saúde pública na região está mobilizada. ?Temos uma participação efetiva dos secretários municipais de saúde na região. Eles têm a consciência de que se trata de um momento ímpar para a organização no sistema?, avaliou. Ele ainda acrescentou que se trata de uma estratégia excepcional. ?Será possível corrigir as desigualdades de acesso ao sistema por meio da organização?, disse.
Segundo a diretora da 2ª Regional de Saúde, na Região Metropolitana de Curitiba, Marinalva Gonçalves da Silva, o processo de regionalização é um movimento positivo, porque obriga os municípios, antes de mais nada, a uma revisão dos serviços instalados em sua área de abrangência, procurando garantir os atendimentos básicos e a analisar o fluxo dos encaminhamentos. ?O benefício real é facilitar o processo de parceria entre os municípios mais próximos para otimizar a oferta de serviços contribuindo com o melhor acesso para o cidadão?, afirmou. ?A distribuição dos recursos, que deve obedecer o critério populacional, terá chance e viabilidade de racionalização para Curitiba e também para outros municípios que se organizem para oferta de serviços à população da Região Metropolitana?, disse ainda.