Desentendimento entre governo e oposição ameaça votação na Câmara

Brasília – Líderes da base governista e da oposição não se entendem na votação da MP 291, que reajusta em 5% os benefícios de aposentados e pensionistas do INSS que recebem mais de um salário mínimo. A oposição insiste em um reajuste de 16,67%, mas o governo argumenta que não há como conceder esse índice.

Segundo o líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), a base governista não está disposta a votar a MP se a oposição insistir nos 16,67 %. "Não tem ambiente para votar o reajuste desse jeito que está posto pela oposição", afirmou.

Segundo o líder petista, o Parlamento está sendo usado de maneira "irresponsável" pelo PFL e pelo PSDB. "A oposição está prometendo aos aposentados uma ilusão e tenta usar os aposentados para trabalhar contra a reeleição do presidente Lula".

O líder disse que mesmo que a MP perca sua eficácia, o que ocorrerá no dia 10 de agosto se não for aprovada até lá, o governo encontrará mecanismos para garantir o reajuste de 5% para os aposentados.

Fontana afirmou também que se o PFL e o PSDB insistirem na posição de elevar o reajuste, ?não há como salvar o esforço concentrado desta semana?. Ele lembrou que se medida provisória não for votada nenhuma outra matéria poderá ser apreciada pelos deputados, por ser o primeiro item da pauta de votações.

Já o líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), acusou os aliados do governo de não deixarem votar o reajuste dos aposentados. Segundo ele, há quase dois meses o governo vem obstruindo a votação da MP.

"Nós, da oposição, estamos aqui para votar. Mas o governo está obstruindo porque não quer, de público, assumir a proposta de esmagar o aposentado", afirmou o líder.

Aleluia disse que o governo está usando um instrumento que é da oposição: obstruir as votações.

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