Desde 2000, indústria cresceu mais no Brasil que na América Latina

A indústria brasileira cresceu 3,1% ao ano entre 2000 e 2005, acima da média anual de 2,0% da América Latina, mas bem abaixo da asiática (excluindo Japão), de 10,6%, e do Leste Europeu, de 5,9%, no mesmo período. Os números constam de estudo do economista Fernando Pimentel Puga, assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Puga usou dados do Banco Mundial sobre a produção física da indústria em 64 países. Na América Latina, o maior crescimento industrial ocorreu no Chile e no Peru, ambos com média de 4% ao ano, influenciado pela alta de preços do cobre, produto importante em ambos os países.

O pior desempenho industrial na região foi o do México, com aumento de apenas 0,32% ao ano no período. Puga observou "forte semelhança" entre o comportamento da produção do México e a dos Estados Unidos, cuja média foi de 0,87% ao ano. "De 1995 a 2000, quando a indústria mexicana cresceu 7,3% a.a., a americana se expandiu 5,0% a.a.", registrou o economista, no boletim "Visão do Desenvolvimento", publicado pelo BNDES. Nos países desenvolvidos, o crescimento médio anual da indústria foi de apenas 0,6% de 2000 a 2005.

Puga comentou que o Brasil, ao contrário dos países dos Leste Europeu, não se beneficia da proximidade de países desenvolvidos que facilite a entrada de investimento estrangeiro direto – fator determinante para a expansão industrial naqueles países. Também considera que o Brasil não foi tão favorecido pela alta de preços de commodities quanto o Chile.

Porém, com base nos resultados da indústria chinesa (que cresceu 14,2% ao ano em média), o economista recomenda para o Brasil: apoio a investimentos em infra-estrutura; melhoria no sistema tributário; eliminação de entraves na burocracia e estímulos ao investimento e à absorção ou ao desenvolvimento de tecnologias. Esses, considera, "são importantes elementos na implementação de um processo de emparelhamento do Brasil com os países desenvolvidos".

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