Desaceleração da economia no segundo semestre provocou PIB menor

Rio ? A economia brasileira cresceu menos nos dois últimos trimestres do ano passado, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Soma de todos os bens e serviços produzidos no país, o Produto Interno Bruto (PIB) teve alta de 2,8% e de 4%, no primeiro e segundo trimestres de 2005. Já na segunda metade do ano, o desempenho foi pior: 1% de julho a setembro e 1,4% de outubro a dezembro.

O resultado foi puxado para baixo pelo desempenho da agricultura que apresentou queda de 1,8% em relação ao quarto trimestre do ano anterior. O resultado negativo foi compensado pelo crescimento da indústria (1,4%) e de serviços (1,8%).

A gerente das Contas Nacionais do Instituto, Rebeca Palis, explicou que nos meses de outubro a dezembro a produção de carne bovina foi bastante afetada pela febre aftosa nos rebanhos do Mato Grosso do Sul. Além disso, o excesso de chuva ou de seca prejudicou a colheita de produtos como trigo, laranja e fumo em folhas.

Já o resultado da indústria foi apoiado no bom desempenho da extrativa mineral (12,1%), com a extração de petróleo e gás natural e minério de ferro. Segundo Rebeca Palis foi o melhor resultado desde 1991, quando teve início a série histórica do estudo. O consumo de energia elétrica também ajudou na taxa, com crescimento de 6%; enquanto a indústria de transformação foi a única a apresentar resultado negativo (-1,2%), refletindo, conforme explicou a economista, o recuo na produção nos setores de metalurgia, siderurgia, têxtil e petroquímica.

"A concorrência com produtos importados destes setores aumentou bastante no último trimestre do ano passado por causa do câmbio mais baixo, o que, conseqüentemente, acarretou na diminuição das encomendas para o mercado interno", acrescentou Rebeca.

No quarto trimestre de 2005 o Consumo das famílias cresceu 3,4%. Foi o nono aumento seguido e que, segundo Rebeca, teve como base o aumento de 6,8% da massa salarial e de 38,5% do saldo de operações de crédito para pessoas físicas, o chamado empréstimo de consignação em folha.

O investimento cresceu 2,7% de outubro a dezembro do ano passado na comparação com o mesmo período de 2004, apoiado na recuperação do setor da construção civil (3,1%). O consumo do governo cresceu 0,8%; as exportações aumentaram 8,1%, o menor desde o quarto trimestre de 2003, quando atingiram 5,4%. As importações cresceram 4,3%.

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