O tratamento penal humanizado, o desenvolvimento de atividades educacionais, terapêuticas, culturais, religiosas, o atendimento jurídico gratuito a presos e seus familiares sem condições financeiras, são alguns dos projetos desenvolvidos no Sistema Penitenciário do Paraná, seguindo a política de ressocialização de presos, da Secretaria da Justiça e da Cidadania.
A capacitação profissional, por meio de cursos técnicos e de aperfeiçoamento, é um dos maiores investimentos realizados pela Colônia Penal Agrícola (CPA), para promover a possibilidade de reinserção social do preso. ?Todas as aulas tem a preparação de conteúdo teórico, atividades práticas e certificadas?, explicou Cezinando Paredes, coordenador-assistente do Departamento Penitenciário (Depen). ?Essa é uma maneira de o detento exercer sua cidadania, aprender a se relacionar em grupo e adquirir auto-estima, desenvolvendo uma atividade reconhecida no mercado de trabalho?, concluiu.
Nesta semana, foram realizados os cursos de Administração Rural e Informática e Piscicultura. As pedagogas da unidade, Maria Lúcia Ferreira e Maria Aparecida dos Santos, registram que no ano passado foram realizados em torno de 40 cursos. ?Para esse ano a previsão é de que se realize um por semana?, completou Maria Lúcia. Todos os cursos são organizados em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que emite certificado de capacitação profissional, aos internos participantes, de acordo com seu aproveitamento nas aulas.
Os cursos têm seu conteúdo elaborado por profissionais especializados do Senar, como médicos veterinários, engenheiros florestais e agrônomos. ?São exigidos dos presos, a formação do Ensino Fundamental completo ou em curso, o interesse e a habilidade pessoal?, detalhou Maria Aparecida. Ela destaca que o estudo é incentivado para que os demais internos interessados em participar das atividades possam ter o requisito necessário para estar inserido nos programa.
Informática
Quinze internos da CPA, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, participaram do curso de Administração Rural e Informática. Motivados com as noções de produção rural, gerenciamento nas áreas de Recursos Humanos e Naturais, além da base de Informática, o grupo de alunos que cumpre pena em regime semi-aberto teve ?excelente aproveitamento?, segundo o professor Lisandro José Cordeiro. ?A Informática está sendo usada como ferramenta que se agrega à gestão rural?, explicou. ?Porém, o esforço dos presos e o trabalho desenvolvido com eles é função de toda a sociedade?, analisou Cordeiro.
Preso por um roubo, V.G.F., 39 anos, considerou sua participação no curso como ?um das melhores oportunidades da minha vida?. Ele revelou que aprendeu a fazer cálculos matemáticos, organizar planilhas de trabalho, escala de horários e ter desbravado, pela primeira vez, informações via internet. ?Pretendo atuar nesse setor agrícola?, assegurou o detento que espera ser beneficiado até o final do ano com o regime aberto.
Piscicultura
No curso de Piscicultura, participaram 15 presos, com aulas ministradas pelo engenheiro agrônomo Calos Bassetto. O conteúdo tratou a respeito de produtividade, tipos de cultivo, técnicas de transporte, de preparo de peixes para enviar ao laboratório, adubação orgânica, química ou mista e classificação de peixes conforme seus hábitos alimentares.