É da prefeitura!

Uso irregular de carro municipal que capotou é alvo de denúncia na Grande Curitiba

Carro teria capotado no último dia 16 de agosto, quando era conduzido pela irmã do vice-prefeito. Foto: Colaboração/Mauri Bortoluzzi Júnior

Dois vereadores de Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foram até a sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na tarde desta quinta-feira (29), para denunciar a administração da cidade por uso irregular de um veículo municipal.

O carro, um Fiat Uno da Secretaria de Saúde, teria inclusive capotado na madrugada do dia 16 de agosto, quando a irmã do vice-prefeito, Anderson José dos Santos Lara (PSD), voltava de uma suposta festa. A mulher nem teria autorização para estar dirigindo, por não pertencer ao quadro de funcionários públicos municipais. Segundo os vereadores, ainda teria havido tentativa de esconder o acidente. O Uno teria sido levado para um matagal e, depois, teria sido guinchado até o pátio da prefeitura. A Polícia Militar (PM) chegou a ser acionada para constatar a ação de recolhimento feita pelo guincho.

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De acordo com o vice-presidente da Câmara Municipal de Itaperuçu, o vereador José Augusto Liberato (SD), a briga pelo uso indevido do veículo já dura meses. O acidente envolvendo a irmã do vice-prefeito do município seria apenas o desfecho da história. O carro, que é destinado para o uso da Secretaria de Saúde, já estaria sendo usado de forma particular pelo vice-prefeito desde 11 de março deste ano, inclusive com abastecimento de combustível feito com dinheiro público.

Em 25 de abril, a Secretaria de Saúde chegou a protocolar um documento na Câmara para que o caso de uso de bem público para fins pessoais fosse investigado. “Desde então, estamos cobrando uma resposta do prefeito a respeito do uso do Uno. Ninguém se manifesta na prefeitura”, diz Liberado.

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Outro vereador à frente da denúncia, Mauri Bortoluzzi Júnior (PR), filmou o momento em que o guincho fazia o recolhimento do carro no matagal, dias depois do acidente do dia 16 de agosto. “Chamei a PM para tomar providências, mas o motorista do guincho não parou até chegar no pátio da prefeitura. Eu fui avisado por testemunhas da história do acidente, que foi na rodovia, na volta de uma festa, na madrugada. Também da tentativa de esconder o carro. Se ninguém tomasse providências, o Uno iria simplesmente sumir ou alguém iria inventar uma desculpa qualquer para o carro estragado, sem ninguém saber o que aconteceu de verdade. A irmã do vice-prefeito nem poderia estar dirigindo. Ela não é funcionária. Estão abusando do dinheiro público”, apontou o vereador.

Nesta quinta, em frente à sede do Gaeco, em Curitiba, os dois vereadores informaram que há meses já protocolaram pedidos de explicação sobre o assunto na prefeitura de Itaperuçu. “Viemos também ao Gaeco para pegar informações de como proceder neste caso. Vamos, inclusive, procurar o Ministério Público. A administração pública de Itaperuçu deve uma satisfação para a população”, finalizou Augusto Liberato.

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Vereadores estiveram no Gaeco nesta quinta-feira (29), para protocolar a denúncia. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná
Vereadores estiveram no Gaeco nesta quinta-feira (29), para protocolar a denúncia. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Explicações do prefeito

Questionado, o prefeito de Itaperuçu, Hélio Guimarães (PSD), disse que está tomando providências sobre o caso e já protocolou as informações na Câmara. “Hoje, já informamos que o uso do veículo será averiguado. O vice-prefeito já foi acionado e deverá prestar esclarecimentos sobre o assunto. Inclusive como o veículo retornou batido para o pátio da prefeitura”, explicou o prefeito.

Guimarães também informou que a destinação do Uno para o uso do gabinete do vice-prefeito está devidamente documentado. “A transição foi feita na época em que renovamos a frota da Saúde. Tudo dentro da lei e protocolado. Além do Uno, que foi para o gabinete do vice, um Fiat Palio foi destinado para o setor de Compras e Tributação. Eram carros com mais de dez anos de uso”, conclui Hélio Guimarães.
Embora o pedido de averiguação do caso tenha sido solicitado pela prefeitura, ainda não há um prazo definido junto à Câmara de Itaperuçu para a conclusão do processo.

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