Um mês após chacina em Piraquara e polícia ainda busca pistas

Nesta semana, amigos e familiares das vítimas da chacina de Piraquara, ocorrida há 31 dias, preparam manifestação para reclamar da demora nas investigações, e principalmente, alertar as pessoas ligadas às causas ambientas, para que não parem com suas ações. O ambientalista Jorge Roberto Carvalho Grando, 53 anos, era um dos cinco mortos.

De acordo com a advogada Marília Lucca, amiga de Jorge há muitos anos, ele estava envolvido em muitos projetos, não somente os relacionados ao meio ambiente, mas também no Rotary, na Rosa Cruz. “Vamos fazer um ato de protesto, também com as pessoa que ele ajudou, inclusive os índios, a quem apoiava muito”, explicou Marília.

Investigação

Ela disse que frequentemente vai à delegacia e a única resposta é que eles estão investigando. “Precisamos nos mobilizar para que essas cinco mortes não caiam no esquecimento. Ainda não temos a data definida, mas até o fim de semana vamos estar mobilizados, com o local combinado e todas as pessoa que vão participar”.

O superintendente Marco Aurélio Furtado, da delegacia da cidade, relatou que tem suspeitas sobre a autoria, motivação e detalhes para desvendar o caso, mas prefere manter tudo em silêncio para não atrapalhar as investigações. “Acreditamos que nos próximos dias vamos ter novidades sobre o caso”.

Desde o crime, em 22 de abril, mais de 10 pessoas foram ouvidas, e mesmo assim, ainda faltam provas suficientes para realizar as prisões. “São pequenos detalhes, no entanto, necessários para que o caso seja concluído com eficiência. No início da semana vamos colher algumas provas e acreditamos que os autores serão presos em seguida”, afirmou Furtado.

Horror

A chacina aconteceu na noite de 22 de abril, mas os corpos só foram encontrados no início da madrugada, com as mãos amarradas e tiros na cabeça, na sala da casa de Jorge Grando morava, no bairro Capoeira dos Dinos, em Piraquara. Além de Jorge, foram mortos o irmão dele Antônio Luis Carvalho Grando, 46, que também morava na casa, o vizinho Albino Eliseu da Silva, o empresário Gilmar Reinert e o agente penitenciário Valdir Vicente Lopes.

O crime foi descoberto por uma vizinha, esposa de Albino, que sentiu a falta do marido. Ele havia saído para comprar remédio para o filho recém-nascido. Quando chegou, encontrou os cadáveres na sala, lado a lado, de barriga para o chão e as mãos amarradas para trás. Todos foram executados com tiros na cabeça.