Câmara de Curitiba

Recurso questiona arquivamento de denúncia de nepotismo contra vereador

Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba
Reunião do Conselho de Ética será transmitida ao vivo no canal da CMC no YouTube. Foto: Carlos Costa/CMC

Na próxima segunda-feira (21), às 14 horas, membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar (CEDP) da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) se reunirão para discutir o arquivamento do Processo Ético Disciplinar (PEC) 1/2025, que trata sobre a denúncia de nepotismo contra o vereador Eder Borges (PL).

A convocação da reunião partiu do presidente do CEDP, Lórens Nogueira (PP), após a vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta (PT) protocolar um recurso contra a decisão do Conselho de Ética de arquivar a denúncia.

O arquivamento do PED 1/2025 foi decidido pelo Conselho de Ética por 4 a 3 votos, no dia 7 de julho. Na ocasião, a maioria dos votantes entendeu que não havia documentos suficientes para justificar uma investigação por nepotismo contra Borges, considerando que a defesa prévia do parlamentar era suficiente para contrapor a denúncia apresentada por Giorgia Prates, de que o parlamentar mantém um relacionamento afetivo com Andreia Gois Maciel, que é a mãe de Victoria Maciel de Almeida, atual chefe de gabinete do vereador. Não há previsão de recurso à decisão do CEDP nas normas internas da Câmara de Curitiba.

A apelação protocolada pela vereadora Giorgia Prates sustenta que, embora o Regimento Interno e o Código de Ética da Câmara de Curitiba não prevejam o recurso, a ação é cabível com base na lei federal 9.784/1999, na lei estadual 20.656/2021 e nos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos no artigo 5º da Constituição Federal.

O pedido tem 26 páginas, está disponível para consulta pública no Sistema de Proposições Legislativas (SPL), sendo um anexo do requerimento da parlamentar (045.000125.2025) no âmbito do PED 1/2025 (502.00001.2025). O recurso traz a assinatura dos advogados Guilherme Gonçalves e Juliano Pietzack.

Vereadora afirma que decisão do Conselho de Ética não considerou alguns elementos

A vereadora Giorgia Prates argumenta que a decisão do Conselho, tomada em reunião no dia 7 de julho, apresenta vícios de fundamentação, deixando de considerar elementos relevantes para a continuação das investigações. Entre os indícios ignorados, na opinião da parlamentar, o recurso cita fotos, declarações públicas, documentos com endereço em comum e reportagens jornalísticas que apontam a existência de possível união estável entre o vereador e a mãe da servidora nomeada, o que configuraria relação de afinidade vedada pela legislação.

Outro ponto destacado é a manifestação da Corregedoria da Câmara, que havia recomendado a abertura de processo ético-disciplinar diante dos indícios de quebra de decoro. Para Giorgia, o arquivamento sumário, sem análise aprofundada, representa risco institucional à imagem da Câmara e fragiliza os mecanismos de controle interno sobre condutas dos parlamentares.

O recurso solicita que o Conselho reavalie a decisão ou encaminhe o caso ao Plenário da Casa, instância hierarquicamente superior. A pertinência do recurso e seu teor serão debatidos pelos membros do Conselho de Ética na reunião convocada por Lórens Nogueira, que terá transmissão ao vivo pelo canal da CMC no YouTube.

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