Preso suspeito de matar com requintes de crueldade

Um suspeito de cometer três assassinatos e uma tentativa de homicídio, todos numa área de invasão, no bairro Caximba, foi preso nesta terça-feira (29), em Antonina, no litoral do Paraná. Ariel Fernandes Silva, 18 anos, foi localizado na casa da mãe e nega a autoria dos crimes. O comparsa de Ariel, também investigado pelos crimes, foi assassinado em outubro, na mesma região.

As investigações da polícia dão conta que o jovem tem envolvimento na morte de Admilson Carraro Vieira da Silva, 29; do pai dele, Amaro Vieira da Silva, 70, que foi degolado e teve o pênis decepado e colocado na boca; e da tentativa de homicídio contra o enteado de Amaro, Dirlei Anderson Camargo, 30. A outra vítima fatal foi identificada apenas como “Maringá”.

As três vítimas fatais foram atacadas a facadas, na invasão conhecida como 1.º de Setembro ou 29 de Outubro. Pai e filho foram assassinados em setembro: Admilson foi morto no dia 4. Já Amaro, uma semana depois, mesma ocasião em que seu enteado foi agredido. A outra vítima fatal era um foragido de Maringá – daí seu apelido – e foi morto em agosto. Até agora, ele não foi identificado oficialmente no Instituto Médico-Legal (IML).

Segundo a polícia, Ariel agiu com o comparsa Samuel Muniz dos Reis, 27, morto em 29 de outubro, coincidentemente um dos nomes de batismo da invasão. Samuel era considerado o “xerife” do tráfico de drogas na região e tinha uma extensa ficha criminal. A polícia acredita em duas hipóteses para seu assassinato: ou foi morto por conta de seu envolvimento com o tráfico ou por vingança, já que era investigado pelos homicídios do pai e filho.

“Chegou ao ouvido de Samuel que os dois eram pedófilos e ele resolveu fazer justiça com as próprias mãos. Mas isso ainda não foi confirmado. Outro motivo para a morte de pai e filho é o tráfico. Em relação a “Maringá”, o motivo seria porque ele praticava diversos furtos”, disse o delegado Cristiano Quintas dos Santos.

Durante as investigações também foi cogitado que o idoso morreu porque teria delatado o assassino do filho, pois, além de castrar e enfiar o órgão genital na boca de Amaro, o assassino ainda escreveu “X-9” no peito da vítima. “Essa atitude foi para indicar que o homem teria sido morto por ter delatado alguém, o que também não foi confirmado”, continuou o delegado. Ele explica que, com a morte de Samuel, a polícia intensificou as buscas para descobrir seu paradeiro. “Ele nega os crimes a princípio, mas vamos ouvir testemunhas e proceder o reconhecimento”, disse.

Ariel, que completou 18 anos em agosto, responderá como maior de idade pelo homicídio de pai e filho. Já em relação à morte de “Maringá”, o delegado adiantou que entrará em contato com a Delegacia do Adolescente.