Quem passa pela Praça Professora Marli Queiroz de Azevedo, na Rua Ourizona, no bairro Sítio Cercado, dificilmente imagina que ela foi revitalizada há pouco mais de cinco anos. O espaço, que deveria servir de lazer e bem-estar para a comunidade, hoje acumula, sofre com alagamentos nos dias de chuva tem está com parte de sua estrutura deteriorada e ainda está com infestação de ratos.
A praça, localizada perto da Unidade Básica de Saúde e a poucas quadras da Rua da Cidadania do Bairro Novo, é usada por adolescentes em treinos de futebol e por idosos em atividades ao ar livre. Mas o descuido tem afastado cada vez mais moradores.
Proprietária de uma loja em frente ao local, Lourdes Stefanczuk acompanha de perto o problema. Em apenas cinco meses à frente do comércio, já presenciou diversas situações. “É um lugar mal cuidado. Tem telas com buracos, a bola sai para a rua quando jogam. Formam-se poças porque não há drenagem adequada. O lixo só é recolhido quando cortam a grama, e isso acontece de dois em dois meses”, reclama.
O aspecto de abandono traz também preocupação com a saúde. Não são raras as aparições de ratos, além da proliferação de mosquitos da dengue. “Sempre que os agentes de saúde vêm até minha loja falar do controle da dengue, eu falo: ‘De que adianta fazer aqui dentro se os mosquitos podem vir da praça?’”, questiona Lourdes.
A insatisfação se repete entre os vizinhos. Rosa Maria Guedes Barros, moradora do bairro, deixou de frequentar o espaço. “Como a pessoa vai trazer um filho para brincar ou jogar bola aqui? Não tem condições”, lamenta.











Revitalização virou abandono
Em janeiro de 2020, a prefeitura de Curitiba investiu na reforma da praça dentro de um pacote de obras. Foram gastos R$ 236 mil na substituição da quadra de areia por campo sintético, instalação de drenagem, alambrado novo e iluminação em LED.
A tecnologia, porém, não resolveu os problemas. “A praça fica com lâmpadas queimadas. Há pouco tempo trocaram, mas já houve ocasiões em que três ou quatro estavam apagadas ao mesmo tempo. A manutenção demora muito”, relata Lourdes.



Morador desde a infância, Diego lembra que a revitalização trouxe esperança, mas a falta de cuidados fez a situação regredir. A mesma praça, hoje, também é espaço para seus filhos e sobrinhos brincarem. “Esperam queimar vários focos para depois trocar. Às vezes a energia cai e demora dias para voltar. Fizeram o campo sintético, mas não fazem manutenção. Não dão atenção nenhuma para a praça”, critica. De fato, a Tribuna esteve no local e constatou que o campo está um perigo: peças de grama sintética soltas e “valetas” no meio do campo.
Qual é mesmo o nome da praça??

Quem visita pela primeira vez dificilmente lembra o nome do espaço, já que não existe placa de identificação. A tradicional estrutura destinada a receber as placas de bronze até está no local, mas permanece vazia, sem qualquer informação.
O problema também não é recente. Em 2014, a Câmara Municipal recebeu um requerimento solicitando a instalação da placa com a nomenclatura oficial da praça (044.09227.2014). No ano seguinte, a prefeitura respondeu que a demanda seria encaminhada à Superintendência de Trânsito (Setran). Passada uma década, a sinalização segue ausente.
A carência de identificação se soma a falhas no entorno. Na lateral da praça, uma rampa para cadeirantes foi construída no meio da lateral da praça, mas não há faixa de pedestres nem calçada adequada para completar o acesso. Quem tenta utilizá-la precisa atravessar a rua rapidamente, se arriscando, ou esperar que os motoristas reduzam a velocidade por causa de uma lombada alguns metros adiante.


E aí, Prefeitura?
Questionada sobre a sinalização, a Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito (SMDT) afirmou que está em contato com o Departamento de Parques e Praças para alinhar as questões de sinalização em torno da praça.
Já o Departamento de Parques e Praças, vinculado à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), informou que pretende iniciar as obras de manutenção até o fim de outubro. O pacote inclui reparos no gramado sintético, nos alambrados, no calçamento e em equipamentos da praça.
Sobre a coleta de lixo, a SMMA informou que, na praça, há papeleiras (pequenas lixeiras) para o uso dos frequentadores do local dispensarem pequenas embalagens. “Esse material é retirado pelas equipes que fazem a limpeza da praça. Os caminhões da coleta de resíduos fazem a retirada dos resíduos das casas dos bairros. A SMMA orienta a população para fazer o descarte correto dos resíduos e no horário certo da coleta. Os dias e horários podem ser consultados pela internet”, conclui a nota.
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