Parceria leva atendimento jurídico ao Pinheirinho

Com a previsão de fazer quatro mil atendimentos, o projeto Justiça no Bairro movimentou a Rua da Cidadania do Pinheirinho, neste sábado (10). Coordenado pela desembargadora Joeci Machado de Camargo, idealizadora do projeto o Justiça nos Bairros conta com a parceria da Prefeitura de Curitiba, entidades privadas, advogados, voluntários e acadêmicos de cursos de Direito, entre outros parceiros. O objetivo é levar atendimento jurídico a pessoas de baixa renda que, de outra forma teriam dificuldade para resolver problemas que exigem ação na alçada judicial.

O Justiça no Bairro deste sábado resolveu, por exemplo, em poucos minutos, um sério problema para a dona de casa Rosi, que prefere não ser identificada pelo sobrenome para preservar a identidade da filha, de apenas dois anos. Com o processo de divórcio em tramitação há 12 anos, Rosi precisava de um mandado judicial para retificar o nome da filha, registrada pelo cartório com o sobrenome do primeiro casamento de Rosi. Sem a conclusão do divórcio, Rosi ainda tem seus documentos com o nome de casada o que levou o cartório a registrar a menina com dois sobrenomes – o  do ex-marido e do pai biológico. “Finalmente, vou conseguir resolver o problema”, comemorou Rosi, que há mais de um ano vem tentando obter o mandado. Embora o registro com sobrenome do ex-marido tenha sido consequência de um erro do cartório, a alteração só pode ser feita com mandado judicial. “Agora é só levar este documento ao cartório” disse a dona de casa, aliviada por não precisar mais ficar às voltas com processos judiciais.

O problema de José da Silva Coelho não era tão grave, mas ele não poupou elogios ao projeto que, afirmou, ajuda a buscar soluções e também permite conhecer novas pessoas. José esteve na Rua da Cidadania do Pinheirinho apenas para cortar o cabelo, o que representou uma economia de algo em torno a R$ 18,00. Além da economia e de ter aprovado o novo corte de cabelo, José gostou de bater papo, como afirma, com várias pessoas, a cabelereira. “Você conhece novas pessoas, conversa e estou até me sentindo importante aqui dando entrevista”, brincou, bem humorado.

Uma das cabelereiras voluntárias desse Justiça no Bairro, foi Juliane Balles Neves que há pouco tempo terminou o curso no Liceu da Fundação de Ação Social no Tatuquara. “Há muitas precisam do nosso serviço e com isso nos oferecem oportunidade de aperfeiçoamento. Podemos ajudar ao mesmo tempo a comunidade e nós mesmos”, disse ela.

Coordenadora do Liceu Valquíria, no Alto Boqueirão, Joice Aparecida de Souza, fez questão de participar do projeto e levou com ela dez alunas do curso de corte de cabelo e técnicas de cabelo trançado. “Esta foi a profissão que escolhi e me dedico a ela integralmente. O trabalho voluntário também ajuda os alunos. Imagina a quantidade de ‘modelos’ que temos aqui para aperfeiçoar nosso trabalho”, afirmou.