Crise hídrica

O que a Sanepar tem feito e quanto investe pra amenizar esta estiagem histórica?

Represa do Passaúna com apenas 36,54% de sua capacidade total, em foto feita no dia 29 de setembro. foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná.

Diante de uma das piores estiagens na história do estado, a Sanepar indica que os investimentos em sistemas de água (que é a infraestrutura para levar água potável às torneiras dos consumidores) neste ano devem bater R$ 594,3 milhões. De acordo com Leura Conte de Oliveira, diretora de investimentos da estatal, o maior volume está sendo empregado na construção da Barragem Miringuava, em São José dos Pinhais, que incrementará o abastecimento sobretudo na região metropolitana e bairros da região Sul de Curitiba.

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A Barragem Miringuava, uma represa no rio de mesmo nome, é tida como uma das obras mais fundamentais para aumentar a capacidade de fornecimento de água na região de Curitiba. Embora debatida há mais de uma década, ela só começou a ser viabilizada, de fato, em 2015. Nos últimos anos, no entanto, a obra foi interrompida por irregularidades licitatórias e até mesmo contestação de problemas na obra. No início deste ano, no entanto, os trabalhos começaram a caminhar com menos percalços.

“[A] Capacidade de reserva [será] de 38 bilhões de litros de água, com produção de 2 mil litros/segundo. Atendimento a 650 mil pessoas. Será a quinta barragem do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC)”, descreve Oliveira. Espera-se que, quando concluída, a obra, de R$ 160 milhões, possa aliviar o sistema nesta região do estado, somando a capacidade de produção às barragens já existentes: Piraquara, Piraquara II, Passaúna e Iraí.

Leura Oliveira indica ainda que há um conjunto de obras estruturantes em andamento. “A Sanepar está investindo cerca de R$ 100 milhões em obras de reforço à distribuição integrada de água de Curitiba e região metropolitana. Estão sendo construídos mais quatro reservatórios que serão integrados a uma nova estrutura de rede de distribuição, com 107 quilômetros. As obras tiveram início em agosto e beneficiarão diretamente em torno de 450 mil pessoas”, diz.

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Essa obra, chamada tecnicamente de ressetorização, é uma atualização do modelo de distribuição que leva em conta o crescimento populacional. Os reservatórios estão sendo construídos nas regiões dos bairros Santa Quitéria (10 milhões de litros), Sítio Cercado (10 milhões de litros), Lamenha Pequena (3 milhões de litros) e Butiatuvinha (2,2 milhões de litros).

O Plano Plurianual de Investimentos (PPI) da Sanepar prevê aporte de R$ 7,6 bilhões entre 2020-2024, sendo R$ 3,24 bilhões em serviços de infraestrutura de fornecimento de água.

Sanepar enaltece protocolo de crise

De acordo com a companhia, a crise hídrica causou déficit de chuvas de 650 milímetros em relação à média histórica. A estatal indica ter adotado um protocolo de gestão de crise, com uso de fontes alternativas, manobra das barragens e sistema de rodízio no abastecimento.

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“O modelo de rodízio e a campanha Meta20 [com a redução de 20% no consumo de água], foram importantes e ajudam a minimizar o impacto da crise hídrica”, diz. “Vivemos, pela primeira vez, uma seca severa combinada com outra situação difícil para a população, que é a pandemia. Portanto, avaliamos que o impacto no abastecimento das pessoas tem sido brando diante da severidade da falta de chuvas”, aponta.

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