Relato de quem pegou

“O perigo é achar que está bem e ir pra rua”, alerta paciente curado do coronavírus em Curitiba

Foto: Pixabay.

Curitiba já tem sete pacientes que se curaram do coronavírus. Recuperado, um dos cinco primeiros pacientes a contrair o vírus no Paraná presenciou o terror da doença na Itália e faz um alerta. Para o paciente, o grande problema do novo coronavírus é que ele não derruba a maioria das pessoas.

“Dá uma dor de garganta, pode dar uma febre. Aí a pessoa fica 2, 3 dias em casa e acha que está bem e sai na rua. Aí é o perigo, onde pode haver o contágio. O importante é respeitar os dias de isolamento, mesmo que não tenha mais sintomas”, alerta. 

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Aos 43 anos, o curitibano, que não quis revelar o nome, viajou para Milão no final do mês de fevereiro. O retorno ao Brasil foi no dia 6 de março. “Estava ficando na casa de um amigo. Ele ficou muito mal, com febre que não baixava, enjôo, vômito, diarreia e dores no corpo. Ele ligou para o sistema de saúde italiano, falou dos sintomas para um médico, que receitou alguns remédios e recomendou que ficasse em casa. Só chamasse a ambulância para levar ao hospital caso tivesse problemas respiratórios”, lembra.

Sem olfato e sem paladar – sintomas considerados comuns de quem contrai a Covidi-19, o paciente curitibano procurou uma unidade de saúde em Curitiba dois dias depois de voltar da Europa. 

Sintomas e mal-estar

Os primeiros sintomas do paciente recém curado pareceram quando ainda estava na Itália, no dia 26 de fevereiro, e foram brandos. “Garganta apenas irritada, tive febre de 38,8º C, tomei um antitérmico e já baixou. Não tive coriza, nem espirros, tosse, nada disso. Peito ficou pesado porque tenho asma e daí senti um pouco de fraqueza no corpo além de um pouco enjoado”, descreve. 

Os sintomas logo desapareceram e quando voltou para Curitiba – apenas com o sintoma de perda de olfato e paladar. O amigo italiano ligou dia 8 de março com a notícia de que teria sido infectado com o coronavírus e que era melhor ele também verificar. “Então ele recomendou que eu fosse ao médico fazer o exame”, relatou.

Diagnóstico

O paciente voltou da Itália dia 6 de março e no dia 9 de março (segunda-feira) procurou logo pela manhã atendimento numa unidade de saúde do SUS próximo de casa. “Cheguei com máscara e relatei onde estive, falei dos sintomas e fui colocado em isolamento numa sala onde fizeram a coleta. O resultado do exame demorou quatro dias para sair”, contou o paciente recuperado. 

Para acompanhar e monitorar o estado de saúde dele, Secretaria Municipal de Saúde ligou diariamente para ele, para saber sobre sintomas e evolução da doença. No dia 23 de março, o paciente foi liberado do isolamento domiciliar.

Isolamento domiciliar

O homem mora com a esposa e filhos e, por isso, preciso ficar em um quarto separado. Os outros moradores da casa não apresentaram sintomas, mas mesmo assim ficaram de quarentena por 14 dias sem sair de casa.

As compras essenciais eram feitas pelos pais do paciente, que deixavam os produtos na garagem. “Procurei tomar muito líquido e me alimentar bem, ter paciência e responsabilidade é fundamental”, explicou. 

Além deste, Curitiba tem mais seis pacientes recuperados pela doença do total de 37 casos confirmados pelo novo coronavírus até esta terça-feira (27). No Paraná, a Secretaria Estadual de Saúde confirma 60 casos em todo o estado até o momento. Nenhuma morte foi registrada.

Como prevenir a contaminação por coronavírus

  • Lavar as mãos com frequência/ ou utilizar álcool 70%, principalmente antes de consumir algum alimento;
  • Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
  • Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
  • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca, higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
  • Manter ambientes bem ventilados, evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
  • Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações;
  • Pessoas com sintomas de infecção respiratória aguda devem praticar etiqueta respiratória (cobrir a boca e nariz ao tossir e espirrar, preferencialmente com lenços descartáveis, e depois lavar as mãos).

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