Fiscalização reforçada

Muralha Digital ganha 400 câmeras privadas para reforçar segurança em Curitiba

Foto: Ricardo Deverson/GMC

O programa Conecta Muralha Curitiba, que une o poder público e o setor privado no monitoramento da cidade, passou a contar, nesta sexta-feira (07/11), com imagens de câmeras inteligentes da empresa de segurança STV.

Nesse primeiro lote do projeto, a empresa vai incorporar 400 câmeras com inteligência artificial, direcionadas para praças, calçadas e ruas da capital, ao sistema da Muralha Digital. Até o primeiro trimestre de 2026 há a expectativa de integrar mais 600 câmeras da STV ao sistema do município.

O secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, Rafael Vianna, explica que o projeto junta as câmeras particulares com os equipamentos públicos da prefeitura, usados na Muralha Digital, para fortalecer a segurança da cidade. “Essa foi a primeira empresa de segurança privada que conseguiu cumprir todas as etapas do processo, dos requisitos legais e tecnologia também. É um processo complexo, que demandou bastante dos envolvidos nesse últimos meses. Hoje a gente conseguiu lançar esse primeiro lote e vão sendo integradas mais câmeras por lotes”.

Vianna revela que as primeiras câmeras privadas incorporadas ao sistema público estão, em sua maioria, localizadas nos bairros Batel, Água Verde e Centro. “Logo se espalham por todos os bairros, porque vai ganhando mais empresas de videomonitoramento. Quando integrar, a gente vai ter uma cobertura em toda Curitiba. Então vai ganhando força e, com isso, vamos fazendo ajustes necessários para conseguir trabalhar com todas essas câmeras na nossa parte operacional da Muralha e da Guarda Municipal”, ressalta.

Diretor da STV no Paraná, Ederson Kolbek conta que na próxima fase, que envolve 600 câmeras, os bairros abordados serão Cabral, Cristo Rei e Campo Comprido. Ele também explica que os equipamentos possuem inteligência artificial, o que possibilita a identificação de placas e não somente a visualização.

“Também podemos monitorar eventos, na hora do fato, tudo on-line. Via de regra, a grande maioria das câmeras [comuns] faz a gravação e as imagens são baixadas após evento. Muitas das vezes são imagens com péssima qualidade”, diferencia Kolbek.

 Foto: Ricardo Deverson/GMC

Próximas fases do Conecta Muralha Curitiba

O secretário ressalta que o processo de integração é criterioso e envolve diversas exigências legais, como autorização da Polícia Federal e aprovação do Comitê de Videomonitoramento de Curitiba. “As empresas precisam da autorização dos clientes para integrar a Muralha, e devem cumprir todos os requisitos legais. Já temos várias em processo de análise”, diz Vianna.

Portanto, novas fases do projeto devem ocorrer nos próximos meses, conforme as participantes cumpram as exigências.

Sobre a realização da primeira parceria público-privada, Vianna destaca o trabalho dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs). “Eles estão ajudando bastante porque fazem a divulgação do que é o Conecta Muralha e fazem com que os condomínios, comércios entendam e autorizem essa integração das câmeras com a Muralha [Digital]. Então os Consegs fazem esse trabalho junto com a gente de divulgação, explicação, da amplitude do projeto e da importância disso”, relata.

“Mapear o caminho do crime”

Participante dos processos da primeira fase, a presidente do Conseg Batel, Ana Cecília Parodi, acredita que a parceria vai permitir mais eficiência na segurança pública.

“Se a gente não mapear o caminho do crime a gente não vai conseguir resolver os problemas. Com a Muralha Digital podemos saber para onde fogem os criminosos, identificar cúmplices, encontrar os mocós. Agora nós vamos desmascarar, identificar e exigir punição com provas”, resume.

Mais do que um grande volume de equipamentos, a presidente do Conseg Batel defende o uso de câmeras de alta tecnologia, com inteligência artificial e instalação em consignação, evitando custos excessivos aos condomínios e permitindo mais ferramentas na fiscalização.

Ana conta que desde janeiro o conselho manifestou interesse em contribuir com o projeto, que passou por etapas de formatação, legislação e adequação técnica. Ela reforça que a primeira integração de câmeras privadas ao sistema da Muralha Digital foi feito com cuidado. “Conectar nossas câmeras à Muralha é algo muito sério. A prefeitura se mostrou muito responsável e o secretário é superlativo, o nível de cuidado é excelente”.

Foto: Divulgação Conseg Batel

As 400 câmeras da STV, integradas ao sistema público, receberam o selo Projeto Seguro do Conseg Batel, o único concedido até agora. “A gente preparou um material pra distribuir no bairro, atraindo as pessoas para saberem mais sobre a Muralha Digital. O trabalho do Conseg Batel não foi para o bairro. Foi do Batel para Curitiba. É um presente para a cidade”.

O futuro do projeto

O secretário de Defesa Social e Trânsito explica que após a primeira fase do projeto, que envolve empresas de vigilância privadas, o objetivo é abrir a possibilidade de integração para CNPJs. Ou seja, shoppings, postos de gasolina e condomínios, por exemplo.

“Talvez daqui a quatro anos, que é o que calculamos no nosso projeto e depende de uma série de fatores, mas nosso planejamento é de conseguir abrir também para pessoas físicas que tenham câmeras nas residências voltadas para a rua, para a calçada, para que elas também possam integrar a Muralha Digital. Com isso nós teremos uma cobertura enorme de Curitiba sem o gasto público, utilizando a estrutura que já está disponível na cidade no setor privado”, projeta Vianna.

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