Morte de morador revolta população do Tatuquara

A morte de um morador da Vila Palmeiras, Tatuquara, em confronto com policiais militares causou revolta, na noite de ontem. Enquanto o corpo de José Gilmar da Silva Rosa, 32 anos, era velado em casa, na Rua Ignez de Souza Soares, conhecidos da vítima atearam fogo num carro e em uma residência de madeira.

O fogo se alastrou e tomou conta de mais duas residências. Moradores ficaram apavorados e responsabilizaram familiares de José pelos vandalismo. De acordo com a Polícia Militar, um Escort foi incendiado pouco antes das 19h.

Logo depois que os bombeiros saíram do local, foi ateado fogo na casa. As chamas atingiram outras duas residências e deixou as famílias desabrigadas. Os bombeiros retornaram e foram recebidos a pedradas.

Viaturas da PM foram dar apoio e também foram atacada pelos manifestantes. O tumulto só foi acalmado com a chegada do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Abordagem

PMs do 13.º Batalhão abordaram um grupo de jovens, naquele endereço, por volta das 23h de terça-feira. Os policiais afirmam que foram recebidos a tiros. “Eles chegaram atirando, foram grosseiros e até ameaçaram as pessoas. Na casa tinha uma mulher grávida de oito meses, que quase ganha o bebê lá mesmo”, contestou uma mulher.

Os familiares de José alegaram que ele sofreu derrame e perdeu a movimento das mãos, o que o impossibilitaria de estar armado. No entanto, uma adolescente, de 16 anos, que estava na casa, confirmou que José segurava uma arma. “Foi uma confusão. Só ouvi alguém gritando para ele não atirar, que tudo ia acabar bem. Mas não acabou”, contou a menina com os olhos cheios de lágrimas.

Apreensões

Na casa foram apreendidos duas armas, um revólver de brinquedo e pequenas porções de maconha, crack e cocaína. José morreu na hora e um jovem foi preso por porte ilegal de arma.

O tenente Leonardo da Silva disse que constantemente são feitas abordagens naquele local, pois existem diversas ligações ao número 181 de narcodenúncia. “Na hora da abordagem o rapaz sacou a arma e atirou contra a equipe, que só teve como opção revidar. A maior prova são as armas apreendidas e as drogas”, explicou.

Todo o material apreendido e o rapaz preso, que não teve o nome divulgado, foram encaminhados ao Centro Integrado de atendimento ao Cidadão (Ciac-Sul), no Portão.