O júri popular do réu Carlos Eduardo dos Santos, 55 anos, acusado de matar a menina Rachel Genofre em novembro de 2008, começa às 13h30 desta quarta-feira (12), no Tribunal do Júri de Curitiba. A expectativa é de que o júri seja finalizado no mesmo dia, até a noite. Carlos Eduardo foi apontado como autor do assassinato em 2019, com um exame de DNA, e confessou o crime à polícia. Ele está preso e será julgado por homicídio qualificado mediante meio cruel e ocultação de corpo. O caso da menina Rachel, na época com 9 anos, comoveu a sociedade. O corpo dela foi encontrado dentro de uma mala na Rodoviária de Curitiba, com sinais de estrangulamento e violência sexual. A menina havia desaparecido após sair da escola onde estudava, no Centro de Curitiba.

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Segundo Roberto Neves, advogado de defesa, Carlos Eduardo participa do júri de forma remota. Ele está preso no estado de São Paulo, na Penitenciária 2 de Sorocaba. Durante o interrogatório, a defesa destaca que o réu não deverá exercer o direito de ficar em silêncio. “Amanhã, será a oportunidade para esclarecimentos. São quase 13 anos de investigações. Este é o julgamento para que se consiga estabelecer a verdade, a oportunidade que se tem para falar, para colocar um ponto final. Não há interesse que ele permaneça em silêncio”, disse Neves. Ainda de acordo com o advogado de defesa, com o esclarecimento das dúvidas, a expectativa é de que o conselho de sentença possa proferir um julgamento justo. 

Uma manifestação de amigos e familiares de Rachel Genofre está prevista para ocorrer a partir das 12h30 desta quarta, nas proximidades do Tribunal do Júri. O pedido será pela pena máxima ao réu Carlos Eduardo. As falas da família a respeito do julgamento têm ocorrido apenas por meio dos advogados. Manifestações semelhantes a esta que está marcada costumavam ocorrer todos os anos, em novembro, para não deixar o crime cair no esquecimento.

De acordo com Daniel da Costa Gaspar, advogado do pai de Rachel Genofre, o júri desta quarta-feira será o capítulo final de uma história de angústia para a família. “A expectativa é para que amanhã se reconheçam não apenas todas as qualificadoras, mas a ciência criminal, por conta dessa grande prova [exame de DNA]. Queremos todas as circunstâncias esclarecidas e dar o caso por encerrado”, apontou Gaspar.

Ministério Público

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Carlos Eduardo dos Santos foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) por atentado violento ao pudor e homicídio qualificado (causado por asfixia e para assegurar a ocultação de outro crime). À época, o corpo da criança foi encontrado em uma mala, debaixo de uma escada, na rodoferroviária da capital.

Segundo a denúncia, oferecida pela 1.ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Curitiba, após a conclusão das investigações pela Polícia Civil, no dia 3 de novembro de 2008, o réu abordou a vítima passando-se por produtor de programa infantil de televisão. Segundo o MPPR, o investigado convenceu a menina a acompanhá-lo até o endereço em que estava hospedado, praticando no local ato de atentado violento ao pudor e provocando em seguida a morte da criança, por asfixia.

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A denúncia do MPPR foi recebida pela Justiça no dia 26 de dezembro de 2019, pois a identificação do acusado só foi possível a partir do cruzamento de dados de exames de DNA pela Polícia Civil, 11 anos após o homicídio da menina. O denunciado inclusive já cumpria pena de prisão por outros crimes.

A sessão de julgamento deverá ocorrer no Plenário do Tribunal do Júri de Curitiba. Por conta da pandemia de coronavírus terá restrições de acesso ao local. O processo tramita sob sigilo.