Finalmente!

Ippuc divulga projeto para desengarrafar viaduto do Orleans

Aguardado há anos por quem convive diariamente com intermináveis congestionamentos na BR-277, o projeto de renovação do Viaduto do Orleans, principal ligação entre os bairros do São Braz e Campo Comprido, já tem delineadas possíveis soluções para melhorar a circulação e a fluidez no trânsito. Só não se sabe de onde virá o dinheiro para executar a obra e em quanto tempo ficaria pronta.

Na última quinta-feira, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) apresentou na Câmara Municipal de Curitiba quatro cenários possíveis para resolver o problema: duplicação do viaduto existente, alargamento do viaduto e das vias marginais da BR-277, alargamento do viaduto com um semáforo e, por fim, inversão de sentidos e alteração de circulação do tráfego existente. Esta é uma proposta do Conselho Comunitário de Segurança do São Braz (Conseg), já mostrada. 

Segundo o presidente do Ippuc, Sérgio Póvoa Pires, foram feitos estudos minuciosos para verificar a viabilidade de cada uma das soluções. “Estamos em uma discussão para ver qual das propostas será a mais importante. A gente quer o bem da cidade, o bem dos bairros e fazer com que a circulação fique mais fácil para todos. Temos um cenário que nós gostaríamos de implementar, mas vamos conversar um pouco mais para chegar a um consenso. Temos ainda mais um tempo para juntar o que as pessoas pensam a respeito e aí, com o parecer de nossos técnicos vamos tomar uma decisão”.

Na Câmara, conforme a apresentação feita pela equipe técnica do Ippuc, o cenário que possui a maior vida útil e o melhor custo-benefício seria o que alargaria o viaduto e substituiria os três semáforos existentes por um único. Projeto mais caro e mais demorado dentre os demais, mas que garantiria fluidez no trânsito até pelo menos 2035. Se for escolhida esta proposta, primeiro seria feita a duplicação do viaduto, solução que desafogaria o tráfego por cerca de quatro anos, e depois, em uma segunda etapa, a implantação de uma intersecção em diamante em ponto único do viaduto.

Comunidade cobra

Representando motoristas e moradores afetados pelos engarrafamentos no Viaduto do Orleans, a presidente da Associação de Moradores do Conjunto Saturno, Vanda Morais, cobra melhorias. “Nós estamos lá há 40 anos e o viaduto tem esta mesma idade. Aquele viaduto já venceu, ele precisa mudar. Precisamos de uma solução imediata, nem que seja paliativa. Ninguém aguenta mais. Estamos ansiosos para que alguma coisa aconteça”.

Membro do Conseg São Braz, Fernando Linhares diz que a resolução dos problemas do viaduto é uma prioridade. “Como acreditamos que a duplicação pode demorar, pensamos em uma solução alternativa, de baixo custo, que apenas modifica o sentido do trânsito em algumas ruas próximas, projeto que fizemos por conta própria e que enviamos ao Ippuc. Mesmo que não seja a escolhida, nosso objetivo, de cutucar o poder público para que tomasse uma atitude foi parcialmente concretizado”, afirma.

De acordo com o vereador Mauro Ignácio, as obras são importantes, não só para a região. “O viaduto é um eixo de ligação com outros bairros e atende a cidade como um todo. Há três anos enfatizamos a necessidade desta duplicação. Com os quatro cenários apresentados pelo Ippuc temos um ponto de partida para buscar recursos junto às três esferas de governo, para concretizar este sonho. Foi apresentado o estudo e, agora, o projeto tem que ser feito. A gente crê que no prazo de um ou no máximo dois anos, podemos estar começando a obra do Viaduto do Orleans”. 

Reestruturação com apenas um semáforo

Custo do projeto executivo: R$ 300 mil

Projeto em duas etapas:

Primeira etapa: R$ 2,9 milhões

Segunda etapa: R$ 23 milhões

Vantagens

– Conversão dos dois semáforos em apenas um ponto semaforizado, eliminando os problemas de falta de espaço de armazenamento e sincronismo

– A configuração geométrica do cruzamento permite um semáforo mais eficaz

– Pedestres e ciclistas tem tempos dedicados de travessia na área do viaduto

– Redução dos pontos de conflito aumenta a segurança geral do cruzamento

– Proporciona melhora operacional do sistema viário como um todo para um período de longa duração (superior a 20 anos), podendo ser ampliado mediante pequenas intervenções futuras

– Apesar do custo inicial alto, a eficiência operacional é proporcionalmente alta

Desvantagens

– Custo elevado de implantação: alargamento do viaduto, mais contenção nas vias marginais junto à BR-277 e desapropriações localizadas

– Como é uma solução não comum, pode causar alguma confusão no início de operação

– Desapropriação de imóveis comerciais, com impacto social

Fonte: Ippuc