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5º dia de greve dos caminhoneiros teve fogo, paralisação e tanques vazios. Veja como foi!

Estrada da Ribeira teve manifestações. Giselle Ulbrich / Tribuna do Paraná

O quinto dia de greve dos caminhoneiros nas estradas brasileiras foi marcado pelo anúncio do presidente Michel Temer, de que convocaria as Forças Armadas para desbloquear as rodovias e garantir ao menos a circulação de serviços prioritários.

Mas, no Paraná, a governadora Cida Borguetti manifestou-se dizendo que ao invés de acionar as Forças Armadas, preferia o diálogo. Também comunicou que a Defesa Civil do Estado conseguiu um acordo em relação ao trânsito de cargas prioritárias como insumos hospitalares, ração animal, alimentos para hospitais, combustíveis para ambulâncias, policiamento e transporte público, cargas vivas e também para medicamentos e oxigênio para hospitais. Veja também o resumo de outros eventos deste quinto dia de manifestações nas estradas.

Greve continua

O quinto dia também ficou marcado pela falta de acordo entre o Governo Federal e a maioria dos caminhoneiros manifestantes. Na noite de quinta-feira, uma minoria dos caminhoneiros havia negociado com o Governo Federal a suspensão da greve por 15 dias. Neste período, o diesel seria reduzido em 10% o seu valor. Mas a grande maioria não aceitou a negociação e seguiu com os protestos nas rodovias.

Combustível

O combustível acabou na Grande Curitiba e um ou outro posto que ainda está aberto possui apenas diesel. À tarde, apenas 5% dos postos da capital ainda possuíam algum combustível, mas a expectativa era de que até o fim do dia os estoques acabassem. No bairro Atuba, um posto na Linha Verde, próximo à Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, tinha fila muito grande, que se estendia ao redor de um enorme condomínio de prédio que há ao lado.

O curioso é que o posto estava fechado, sem combustível. Mas os motoristas permaneciam na fila, na esperança da chegada de algum caminhão tanque ao posto. Os portões da Repar, refinaria da Petrobrás em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, continuam bloqueados e nenhum caminhão tanque sai de lá.

Comida

Muita gente correu aos supermercados nesta sexta-feira (25), com medo de ficar sem comida em casa. O movimento nos supermercados foi grande e em vários já faltam diversos itens, principalmente os perecíveis, como os hortifrútis e carnes. E vários já estão limitando a quantidade de itens por cliente. Mesmo assim, a Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) informou que o consumidor não deve se desesperar, pois não irão faltar os itens essenciais, que possuem bom estoque para abastecimento.

Seis unidades do Sacolão da Família, da Prefeitura de Curitiba, ficarão fechadas neste sábado (26), pois não estão conseguindo repor os estoques de frutas e verduras, já que a houve redução da oferta no atacado e aumento excessivo dos preços.

Protesto no Mossunguê

Dois focos de manifestação foram registrados nas rápidas bairro/centro e centro/bairro na região do Mossunguê. As ruas Pedro Viriato Parigot de Souza e Ivo Zanlorenzi tem tráfego em meia pista, com pneus sendo queimados em ambas as ruas.

São José dos Pinhais

A coleta de lixo domiciliar em São José dos Pinhais, município da região metropolitana de Curitiba, foi suspensa, pois os veículos não conseguem chegar ao aterro para descarregar. Os serviços hospitalares também já estão comprometidos na cidade. O Hospital e Maternidade São José suspendeu todas as cirurgias eletivas – aquelas que podem ser agendadas – por falta de oxigênio. Só as de emergência estão sendo realizadas.

Vários outros grandes hospitais de Curitiba também já estão sentindo a falta de insumos e estão adotando medidas de contingência, para não faltar materiais pelos próximos dias. O Hospital Angelina Caron, no município de Campina Grande do Sul, está com 100% de lotação e teme não ter alimento nos próximos dias.

Viagens

As saídas e chegadas de ônibus de viagem na rodoferroviária de Curitiba estão começando a ficar prejudicadas e, diante do estoque de combustível, as operações podem parar no domingo.

Rodovias em Colombo

Na Grande Curitiba, as principais rodovias ao redor da capital possuíam bloqueios parciais. É o caso da Rodovia da Uva e da Estrada da Ribeira, em Colombo. Na Rodovia da Uva, há dois pontos de manifestação. Um próximo ao posto Coyote e outro em frente ao posto Puppi. Todos os carros utilitários que passam pelo bloqueio são revistados, para verificar se não estão transportando carga, já que os caminhoneiros são impedidos de passar por estes locais. Até mesmo motoboys têm as caixas revistadas.

Todos os motociclistas e motoboys são convidados a pararem e permanecerem por cinco minutos na manifestação, em apoio ao protesto. Às 18h desta sexta-feira, os manifestantes bloquearam totalmente a rodovia, próximo ao posto Coyote, por 10 minutos. Mas logo foram advertidos por policiais militares da ordem judicial que proíbe o bloqueio total das rodovias paranaenses.

Ônibus

Próximo a este ponto de bloqueio na Rodovia da Uva está a Auto Viação Colombo, que opera as principais linhas do transporte coletivo da região. Os manifestantes pararam tratores na entrada da garagem da empresa, impedindo a saída de coletivos.

Às 16h, os manifestantes ordenaram que os ônibus parassem de circular, o que levou muita gente a sair a pé do terminal da Roça Grande e seguir a caminhando até os bairros próximos. Algumas pessoas teriam pelo menos três horas de caminhada até o destino final.

Mas, os manifestantes voltaram atrás da decisão e os ônibus voltaram a circular. Saíram pela Rodovia da Uva “juntando de volta” os passageiros que tinham desembarcado no terminal. Mas os ônibus circularam somente até às 18h. Depois disto, foram recolhidos ao pátio e a região ficou sem coletivos. Amanhã a expectativa é que os ônibus circulem normalmente durante o dia e sejam suspensos novamente às 18h.

Ribeira

Na Estrada da Ribeira, manifestantes fizeram um ponto de bloqueio parcial na altura do bairro Rio Verde, a cerca de um quilômetro do trevo do Atuba. Eles chegaram a bloquear totalmente a pista sentido Colombo, por cerca 10 minutos, até que avistaram a viatura da Polícia Rodoviária Federal chegando ao longe e liberaram o trânsito. Os motociclistas que participavam do protesto foram saindo pela contramão, embolando o trânsito de quem vinha no sentido certo, ou subindo em cima do canteiro central para pegar a pista certa.

Houve um princípio de bate boca entre os manifestantes e os policiais rodoviários, que foram ao local para garantir que a medida judicial de não bloquear totalmente as rodovias fosse cumprida. O bate boca encerrou com um panelaço e buzinaço dos manifestantes, que permaneceram “animados” na beirada da rodovia.

Vôos cancelados

Até o fim da tarde desta sexta-feira (25), pelo menos 109 voos domésticos foram cancelados nos aeroportos do Brasil devido à crise de abastecimento de combustível: 46 da Latam, 35 da Azul, 26 da Avianca e dois da Gol. O acesso ao aeroporto Afonso Pena foi bloqueado por caminhoneiros e taxistas na tarde desta sexta-feira.

 

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