Seis grupos de dança que desenvolveram o que hoje se entende por Street Dance em Curitiba irão se reunir em um espetáculo no dia 6 de dezembro no Teatro Positivo. Além de relembrar a história do estilo de dança, o evento marca um reencontro de cada um dos integrantes com a sua própria identidade.
Homens e mulheres, hoje com mais de 40 anos, ensaiam as mesmas coreografias com as quais foram premiados há cerca de 25 anos.
A história do street dance em Curitiba ganhou corpo entre os anos 1990 e 2000, com a ascensão de grupos premiados e reconhecidos em todo o país pela inovação e qualidade técnica. Foi coreografando o Heartbeat entre 1994 e 2003 que Octavio Nassur se tornou referência no estilo e foi convidado a participar como jurado do quadro Dança dos Famosos, do então Domingão do Faustão, na Globo. Hoje Octavio coordena o Festival Internacional de Hip Hop, evento já tradicional em Curitiba.
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Também do Heartbeat veio Luana de Souza. Na época ela era integrante do grupo, e desde 2001 ela coordena a Lótus Cia de Dança. Ao lado de seu esposo Alessandro Oliveira e Eládio Prados, coreógrafo do Street Extreme, e ela administra o Mob Centro Artístico, que iniciou o movimento que dará origem ao evento de reencontro dos grupos de street dance em dezembro.
“Tudo o que eu vivi como bailarina dentro de desse mundo da competição, sobre a convivência em grupo, estar com pessoas, lidar com ansiedade, com pressão, me fez tão bem e me tornou a pessoa que eu sou hoje: forte em todos os sentidos. Eu senti o desejo de continuar com isso, e sou uma das únicas integrantes dos grupos que segue atuando na área. Meu marido me acompanha muito nisso e trouxe a ideia da reunião dos grupos. As meninas amaram, se mobilizaram e realmente foi terapêutico. Foi um reencontro de almas com o mesmo propósito, de pessoas que sentem que a dança cura. O espetáculo vai ser emocionante e estou ansiosa por esse momento”, afirma Luana.
Além do Heartbeat, participarão do espetáculo os grupos Heart Ablaze, Lotus Cia de Dança, Street Soul, Street Extreme e Non Stop.
Nos ensaios, grandes reencontros. Dentro do Heart Ablaze, por exemplo, há uma integrante que mora na Flórida e está participando virtualmente das reuniões do grupo. A coreografia Mangah, que recebeu o segundo lugar no 19• Festival de Dança de Joinville, é refeita 23 anos depois pelas mesmas integrantes.
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Muito além da dança, os ensaios tem favorecido um reencontro terapêutico.
“Quando topei embarcar nessa empreitada eu não imaginava o quão terapêutica e transformadora essa jornada seria. O que era pra ser um retorno divertido e sem grandes expectativas, acabou se tornando um encontro marcante e explosivo, onde amigas e bailarinas de longa data convergiram novamente para aquela essência única da qual nunca deixaram de fazer parte. Hoje, mesmo depois de muitos anos e com muita bagagem nas costas, nos redescobrimos como bailarinas, fortes, unidas, resilientes e capazes. Nossos corações estão mais do que vivos e pulsando, eles estão em chamas novamente!”, afirma Camila Andreazza, integrante do Heart Ablaze.



