O novo prefeito tem dois meses até assumir a administração municipal da capital do Paraná. A gestão de Rafael Greca volta ao poder com um grande peso sobre as costas: resolver o quanto antes os principais problemas da cidade e tudo que foi prometido durante a campanha. A Tribuna consultou especialistas que fizeram uma análise, elencando os maiores desafios na prefeitura. Ontem, logo após a concretização do resultado, Greca disse que queria começar já nesta segunda-feira (31).
- Greca volta ao comando de Curitiba após 20 anos! Veja o que ele prometeu nesta campanha!
- Conheça a trajetória de Rafael Greca
- Voto é obrigatório? E se eu não votei, o que acontece?
- Leprevost agradece os mais de 405 mil votos recebidos e deseja sorte a Greca
Transporte coletivo
O professor de Direito Constitucional da Universidade Positivo, Eduardo Faria Silva, aponta que o transporte público é prioridade.
“Logo no começo do ano temos a discussão para renovação da tarifa. Há a necessidade de recomposição do valor, mas, por estarmos em um período de crise e de inflação, qualquer aumento desgasta o prefeito e provoca revolta da opinião pública”.
Saúde
“Com a PEC 241 e a possibilidade de congelamentos nos gastos com saúde pública, dois pontos são importantes: manter e até aumentar a qualidade, mas sem deixar de ampliar o atendimento. A crise econômica fez muita gente abrir mão dos planos de saúde. Todo esse contingente migrou para a saúde pública. É um grande desafio manter a estrutura funcional e com qualidade”.
Segurança pública
“A articulação entre as forças de segurança é essencial. Por isso, o prefeito precisa manter um trabalho entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar. Apesar da segurança pública ser um dever do estado, o município não pode se ausentar nesse ponto”.
Tem dinheiro?
“Todas as prefeituras tiveram diminuição do orçamento. O que o prefeito precisa fazer é promover política pública com o orçamento reduzido. Neste momento entram as escolhas e ele decide o que permanece e o que é cortado, ou o que precisa de diminuição de investimento”, pontua.
Para o professor de Sociologia da PUCPR, Eduardo Miranda, o objetivo inicial deve ser garantir a questão econômica. “O prefeito deve tornar o caixa da prefeitura mais saudável por meio da melhoria da gestão, otimizando despesas e melhorando a arrecadação”. Mas ele esclarece que as promessas feitas demandam tempo e investimento. “Muitas podem barrar no orçamento da cidade, por isso o prefeito precisa agir com cautela para garantir o que foi prometido”.
Sem estresse
Tanto um quanto outro especialista concordam que o diálogo com os governos estadual e federal não deve ser um problema. Em âmbito paranaense, Eduardo Faria aponta que o relacionamento, sem sombra de dúvidas, será amigável. “Richa apoiou Greca durante toda a campanha e isso será refletido em política nesse momento”. Eduardo Miranda pontua que “a campanha de Greca foi baseada na estrutura do governo do Estado. Além do mais, o partido do governador (PSDB) tem muito mais força do que o PMN de Greca, o que contribuiu imensamente para a campanha. Agora, estarão juntos”.
