O primeiro dia da obrigatoriedade do uso de máscaras em Curitiba para prevenir o coronavírus foi de adesão, mas também de surpresa, revolta e até confusão nesta sexta-feira (17). No Centro, muita gente andava desprotegida pelas ruas, inclusive pessoas que tinham máscara. Até guardas municipais estavam sem a proteção.

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No bairro Rebouças, a Polícia Militar (PM) precisou ser acionada para conter um cliente que causou confusão ao ser proibido de entrar sem a proteção em um supermercado.

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A secretária municipal de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, explica que a decisão das máscaras é baseada na experiência de outros países que adotaram a mesma medida e tiveram bons resultados na contenção da covid-19. Ela diz que a exigência não vai gerar sanções, como multas, a quem não usar a máscara. Entretanto, ela pede encarecidamente bom senso.

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“Não temos como cuidar se 1,6 milhão de habitantes está usando máscara, mais a população da região metropolitana que vem trabalhar em Curitiba. A gente conta com a colaboração do cidadão”, pede a secretária. “A máscara é uma barreira para o vírus. Quando eu estou falando, gotículas da minha saliva estão saindo. Se eu tiver o vírus, a máscara é um bloqueio para as outras pessoas”, alerta Márcia.

Uma das reclamações de algumas pessoas é de que a própria prefeitura deveria ceder as máscaras. “Acredito que há um exagero político em relação ao vírus. Mesmo assim, fui atrás de máscaras na FAS [Fundação de Ação Social da prefeitura] e eles não têm. Acho que para ser obrigatório o uso, eles deveriam distribuir as máscaras”, considera o jardineiro Sílvio Nascimento.

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A secretária de Saúde comentou sobre esta dificuldade de a população obter a proteção, lembrando que o próprio Ministério da Saúde orienta a população a usar máscaras simples, que podem ser feitas em casa, sem necessidade do produto industrializado. “Tem muita gente doando máscara, várias instituições. A sociedade também precisa apoiar o poder público. Só assim vamos vencer a pandemia”, comenta Márcia Huçulak.

Proteção

No Centro, a reportagem da Tribuna verificou muitas pessoas que tinham máscara e mesmo assim não estavam utilizando. “Estou indo almoçar, mas estou com a máscara aqui guardada. Estava usando até agora pouco. Acho que as pessoas precisam se cuidar sim”, afirma o obreiro bíblico Juliano Barbosa.

Já o funcionário público de Florianópolis (SC) Ailson Cardoso, que viaja desde a semana passada com a esposa, a aposentada Patricia Conti, concorda que a máscara protege os outros de se contaminar. Mesmo assim, não estava usando ao ser abordado pela reportagem.

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“Amanhã vamos retornar para Florianópolis. Sobre a máscara, minha opinião é que ela protege os outros e não você mesmo. Eu tenho uma aqui, mas agora não estou usando”, disse Ailson.

Já a faxineira Margarete Soares estava com proteção dupla na rua. Além da máscara, ela também vestia luvas para evitar o contato com o coronavírus.
“Vim buscar um exame no Centro e como trabalho com limpeza acho que tenho que ter cuidados redobrados. Sobre o pessoal que está sem máscara, não sei nem o que dizer. Eles acham que é brincadeira. Só pode”, afirma Margarete.