Curitiba inicia o mês de setembro com a trágica marca de 1.010 mortes provocadas pela covid-19 e suas complicações. O número foi atingido com o registro de mais 13 óbitos, que foram divulgados no boletim epidemiológico desta terça-feira (1º). A Secretaria Municipal da Saúde ainda informou que outros 396 moradores da cidade foram infectados com o novo coronavírus, elevando a soma de casos confirmados para 33.368 na capital, contabilizados desde o início da pandemia.

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Na capital, a taxa de retransmissão do coronavírus, que esteve em 0.76 no dia 26 de agosto voltou a subir e é de 1,14 atualmente, o que significa que cada 100 infectados transmitem o vírus para 114 pessoas. Este e outros índices apresentam piora justamente duas semanas após a flexibilização das regras de funcionamento do comércio e serviços, com a troca da bandeira laranja pela amarela em Curitiba, no dia 17 de agosto.

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“A gente fica muito triste. Nós passamos a marca de mil óbitos hoje, com 1010 óbitos. 1010 óbitos desde o início da pandemia. Nosso primeiro óbito foi em 6 de abril, se não me falha a memória. Então, em torno de 150 dias que nós estamos na pandemia, 1010 óbitos. Nós nos consternarmos com todas as famílias e todas as pessoas que perderam a vida. Nós temos histórias muito tristes, de vários membros da família, pai e filho, mãe e filho, irmãos e irmãs que perderam a vida na mesma família. Famílias ainda com sequelas. Não é uma doença simples, a gente fica muito triste e lamenta todos”, disse a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.

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A secretária ainda aproveitou a transmissão do boletim para reforçar o pedido para que todos os cidadãos de Curitiba usem máscaras, mantenham o distanciamento social e evitem aglomerações. “A gente clama à sociedade curitibana: por favor nos ajudem, por favor mantenham o distanciamento, por favor não banalizem e não deixe ele tomar as medidas de precaução”, ressaltou Márcia.

Dados da pandemia

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Entre os habitantes de Curitiba que testaram positivo, 4.210 seguem na fase ativa da doença, sendo capazes de transmitir o novo vírus – número que também chegou a ficar abaixo de 4 mil, como mostra o boletim da última segunda-feira (31). Ainda segundo o informe, 28.148 pessoas – que representam a maior parte dos pacientes da covid-19 – já venceram a doença e são consideradas recuperadas.

Há ainda na cidade, outras 638 pessoas que apresentam sintomas suspeitos da doença, que aguardam os resultados dos exames laboratoriais, muitas delas, internadas em hospitais públicos e particulares.

Vítimas do coronavírus

Mais nove homens e quatro mulheres que moravam em Curitiba perderam suas vidas para a covid-19. As novas vítimas, segundo a SMS, tinham entre 21 e 82 anos de idade e estavam internadas em diferentes hospitais da cidade. Deste grupo, 12 pessoas faleceram nas últimas 48 horas e um dos óbitos, que estava em investigação, foi registrado no dia 27 de agosto.

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Ainda de acordo com informações da secretaria, dos novos falecimentos, quatro pessoas tinham menos de 60 anos e apenas um paciente não tinha doenças crônicas e fatores de risco para complicações pela covid-19.

Situação nos hospitais

Em Curitiba, 488 pacientes diagnosticados com novo coronavírus estão internados em hospitais públicos e particulares, entre eles, 171 ocupam em leitos em unidade de terapia intensiva (UTI).

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Já nos 355 leitos de UTI exclusivos para covid-19 do Sistema Único de Saúde (SUS), a taxa de ocupação é de 80%, nesta terça-feira. Segundo a prefeitura, há atualmente 71 leitos de UTI do SUS livres nos hospitais da capital, que podem receber pacientes com coronavírus ou com sintomas de síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Bandeira amarela e aglomerações

Na capital paranaense, seguem valendo as regras e as restrições da bandeira amarela do protocolo de prevenção ao coronavírus, no entanto, o último fim de semana foi de calor e aglomeração em parques e em bares, do Centro Histórico, da Rua Itupava e de outras regiões da cidade. Comportamento que foi reprovado pela secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.

“Vou torcer para fazer muito frio essa semana e no feriado, para todo mundo ficar em casa, porque quando sai sol todo mundo sai para rua e aí, o nosso número de casos começa aumentar. Tudo tem consequência. Quem viu aí o final de semana ensolarado em Curitiba? Eu fiquei assustada, bandeira amarela não é vida normal, não é tudo liberado. Parque Barigui tava um mar de gente sem máscara, famílias, pessoas de idade, mulheres grávidas, bebês, jovens, adolescentes e a gente já começa a sentir a repercussão”, disse Márcia.

Segundo a secretária, as aglomerações já resultam em mais pacientes no sistema de saúde da capital. “Hoje a gente amanheceu com nossas UPAs e unidades já sentindo aumento de quadros, de pessoas procurando o serviço de saúde” afirmou Márcia, que ainda revelou temer ter que dar um passo para trás no sistema de bandeiras. “Nossa preocupação é que a gente volte para a bandeira laranja”.

Coronavírus no Brasil