Um homem e uma mulher proprietários de uma casa de repouso localizada no Hauer, em Curitiba, foram presos nesta segunda-feira (22/09). Eles são investigados pelo crime de maus-tratos contra idosos que moravam no local.
Conforme a Polícia Civil do Paraná (PCPR), uma denúncia anônima alertou que as vítimas eram expostas a condições desumanas e degradantes, com a privação de alimentos e cuidados básicos. Durante a ação, foi confirmado a falta de manutenção da higiene do local e de segurança.
Segundo a corporação, durante ação na casa, foi possível reparar que no local havia forte odor de urina e os colchões e travesseiros não possuíam capa protetora. Além disso, as rampas e calçadas não tinham fitas antiderrapantes para evitar quedas e, em um dos quartos, uma idosa estava dormindo com as janelas abertas, exposta à chuva e ao vento.
Na cozinha, policiais encontraram alimentos vencidos, com mal odor ou em estado de decomposição, além de carnes sem identificação de data de congelamento e medicamentos vencidos armazenados com os alimentos.
Diante da situação, os proprietários foram presos em flagrante. Conforme a corporação, as violações também se enquadram em artigos previstos pelo Estatuto do Idoso, incluindo a violação do direito à vida, à saúde e à dignidade, e a submissão de idosos a condições desumanas ou degradantes.
“O que presenciamos é um completo desrespeito à dignidade humana e um crime contra a parte mais vulnerável da nossa sociedade. Os fatos descritos na denúncia, e agora confirmados, demonstram uma crueldade inadmissível. Tomaremos todas as medidas cabíveis para que os responsáveis sejam punidos com o rigor da lei”, afirmou o delegado Hormínio de Paula Lima Neto.
Idosos mantidos em más condições em casa de repouso em Curitiba sertão transferidos
A Fundação de Ação Social (FAS) e a Vigilância Sanitária participaram da ação da polícia e determinaram a interdição imediata do local. Diante dos riscos, a FAS está coordenando a transferência de todos os idosos para locais seguros.
De acordo com polícia, os proprietários também são investigados por, supostamente, serem donos de um outro local clandestino. A PCPR não divulgou o número de idosos que estavam vivendo no local.
