Com muitos curitibanos fora da cidade, um dos pontos mais tradicionais de Curitiba está bem menos movimentado do que o normal. Ao contrário do vai-e-vem diário de aproximadamente 100 mil pessoas, o calçadão da Rua XV de Novembro tem espaço de sobra nesses primeiros dias de 2020. Se por um lado a rua está perfeita para os turistas ou quem quer apenas passear, por outro, o comércio sofre com a falta de público.

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Um bom termômetro da falta que os pedestres fazem no calçadão é a venda de cafezinhos na Boca Maldita. No Café Avenida, um dos pontos mais tradicionais do Centro, a quantidade de cafés vendida cai pela metade nos primeiros dias do ano.

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“Janeiro e fevereiro sempre foi assim. Nos outros meses, vendemos uma média de 200 cafés tradicionais pequenos. Agora, se chegar a 100 já vai ser ótimo”, explica Mara dos Santos, gerente do comércio que funciona há 62 anos.

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Quem corre atrás dos clientes no calçadão sofre mais ainda. Luiz Ferreira da Silva, 39 anos, conhecido como Mazzaropi, trabalha anunciando restaurantes para quem quer almoçar perto da XV. E com tão pouca gente no calçadão, está tendo de circular bem mais para convencer algum cliente.

Movimento de pessoas está bem mais baixo que o normal neste começo de ano no calçadão da XV. Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná

“Não é porque tem essa de calmaria na rua que a gente pode parar. Aqui não pode parar um minuto, tem que ir atrás do pessoal”, comenta Mazzaropi que recebe um salário fixo e não tem participação no valor gasto pelo cliente no estabelecimento comercial.

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Os vendedores de chocolate de isopor da XV também sofrem com a falta de pedestres. O vendedor Wellington Lacerda, 25 anos, afirma que está bem difícil alcançar a meta de fazer 100 vendas por dia nesta primeira semana de 2020. “Não dá para desanimar. O negócio é não ter preguiça. Se tem um movimento ruim, o jeito é unir as forças com a turma daqui”, ressalta Wellington.

Menos lixo

Se o comércio sente a queda no movimento, o meio ambiente agradece os poucos clientes na XV. Com menos gente, o lixo diminui. A gari Maria Renata Oliveira, de 47 anos, revela que o trabalho nestes dias fica bem mais tranquilo. “Diariamente utilizo 10 sacos de lixo de 100 litros, mas agora tenho usado só três. A diferença é muito grande”, compara Maria Renata.