A constatação de que as pessoas socialmente vulneráveis estão ainda mais desamparadas por conta da pandemia do coronavírus mobilizou empresas e entidades paranaenses para ajudar essa parcela da população. A iniciativa nasceu da união das promotorias de Justiça do Ministério Público e Ministério Público do Trabalho do Paraná que firmaram um convênio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Fundação de Apoio à UFPR (Funpar). Em seguida, juntaram-se ao grupo outras instituições, entre elas o Instituto GRPCOM, e assim surgiu a ação “Amor que contagia”.

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A cooperação entre setor público e privado já arrecadou quase R$ 2 milhões que estão sendo destinados a mais de 300 Organizações Não Governamentais (ONGs) e, também, a hospitais.

Uma das idealizadoras da ação, a promotora de justiça do Ministério Público do Paraná, Karina Cordeiro, explicou que em qualquer panorama de crise, o Terceiro Setor é aquele imediatamente atingido. Isso por conta da drástica diminuição das doações, tanto da iniciativa privada e como das pessoas em geral.

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“Mais da metade das organizações sociais do estado já apresentam dificuldades para manter suas funções neste período de crise”, explicou.

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Terceiro setor

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A informação apurada pela promotora veio do Instituto GRPCOM, que no início da pandemia, fez uma pesquisa com 264 organizações do Terceiro Setor. O resultado acendeu um alerta: a maioria dessas ONGs (65,15%) encerraria as atividades em até três meses se não tivessem algum tipo de ajuda, como contou a superintendente do Instituto GRPCOM, Ana Gabriela Borges.

“Nos preocupamos muito, pois hoje há auxílio para pessoas físicas, para empresas, mas pouca gente olhando para o Terceiro Setor. Foi então que nos unimos ao Ministério Público, Funpar e outras empresas para dar voz e força a essa causa. O Instituto GRPCOM e todos os veículos do Grupo trabalham pelo fortalecimento do Terceiro Setor há 19 anos, e esse tem sido o momento mais desafiador desde então”, detalhou.

Também participam da iniciativa, o Grupo Marista, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o Instituto Positivo, a comissão do Terceiro Setor da OABPR e associações da sociedade civil organizadas com sede no estado. Além dos valores arrecadados, houve a doação de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), como foi o caso da Copel, que encaminhou 1 milhão de máscaras e outros materiais à ação. A expectativa é que mais organizações integrem o grupo e ajudem a fortalecer ainda mais a iniciativa.

Os aportes iniciais dos participantes já somam R$ 1,5 milhão para o fundo de saúde e R$ 390 mil para o segmento de assistência social.

Os valores arrecadados com a campanha integram dois fundos com objetivos diferentes: um de apoio às demandas emergenciais na área da saúde, e estão sendo destinados, em um primeiro momento, para o Complexo Hospital de Clínicas da UFPR, o Hospital do Trabalhador e outros hospitais filantrópicos do Paraná; o outro fundo presta apoio às ações de mais de 300 ONGs cadastradas.

Os valores estão sendo repassados conforme as necessidades de cada instituição e à medida que as doações estejam sendo feitas. Os recursos dos fundos são administrados por um comitê gestor que irá fiscalizar a destinação das doações. A prestação de contas será feita em tempo real no site da Funpar.

“Estamos buscando minimizar ao máximo os impactos sociais causados pelo coronavírus no Paraná. Somente com a junção de esforços de todos a sociedade civil, sairemos mais fortalecidos neste momento de pandemia”, comentou Karina.

Doações

Empresas, pessoas físicas e organizações podem fazer suas contribuições via depósito bancário para qualquer um dos dois fundos. As doações são feitas de forma direta e não podem ser abatidas do cálculo do Imposto de Renda. Aqueles que quiserem contribuir de forma anônima podem fazer depósito ou transferência.

Para doar ou saber mais detalhes sobre a campanha, basta acessar o site.

“Esperamos mobilizar toda a sociedade com essa campanha, pois não podemos imaginar o impacto que teríamos caso parte delas interrompa definitivamente as atividades e a população mais vulnerável fique desassistida”, finalizou Ana Gabriela. A campanha “O amor contagia” estimula as pessoas a doar e a desafiar outros a também doar. Assim, a corrente para espalhar solidariedade vai ficando cada vez maior.


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