Paralisação

Sem acordo com a prefeitura, agentes que atuam no combate à dengue seguem em greve em Curitiba

Ato no Parque Barigui. Foto: Reprodução/ Facebook Sismuc.

Segue a greve dos 60 agentes de combate à endemias de Curitiba que começou na última segunda-feira (30). A paralisação é, principalmente, por melhores condições de trabalho e melhores salários, com adicionais de risco. Na tarde desta sexta-feira (4), os servidores foram recebidos com spray de pimenta na portaria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que fica na Avenida de Setembro, no Centro da cidade. A confusão ocorreu durante uma tentativa de entrada no prédio, que foi barrada pela Guarda Municipal (GM). Ninguém se feriu de forma grave.

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Nesta manhã, os servidores já haviam protestado no Parque Barigui, na inauguração da usina hidrelétrica instalada no lago e que contou com a presença do prefeito Rafael Greca (PMN). Os agentes em greve trabalham na prevenção de doenças graves, fiscalizando locais de risco para dengue, Zika, chicungunha e febre amarela, as chamadas endemias.

Negociação

Segundo a Ana Paula Cozzolino, coordenadora de secretaria geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), o objetivo da presença dos grevistas no prédio da SMS era negociar. Na terça-feira (1º), eles já haviam tido uma negativa da prefeitura para todas as reivindicações da pauta. A categoria reivindica: salário normativo de R$ 2.018,69, pagamento de gratificação por risco de saúde, criação e implementação de plano de carreira, mudança na exigência de escolaridade para nível médio, com salário compatível com a escolaridade e implementação do quinquênio no valor de 5% no salário-base.

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No entanto, ninguém esperava ser recebido com truculência na tarde desta sexta-feira. Por volta das 14h, após um ato de protesto realizado no Parque Barigui, os servidores tentaram entrar na SMS. “Fomos recebidos com spray de pimenta, empurrões e palavras de baixo calão. Alguns servidores levaram spray direto nos olhos. Fora a dor causada pela pimenta, ninguém ficou ferido de maneira grave e nós desistimos de entrar no prédio. O objetivo não era causar tumulto. O que queremos é negociar, por isso, não tentamos mais entrar”, disse a Ana Cozzolino. Um vídeo feito pelos servidores mostra o momento da ação da GM.

Agentes pedem melhores salários e condições de trabalho. Foto: Reprodução/ Facebook Sismuc.
Agentes pedem melhores salários e condições de trabalho. Foto: Reprodução/ Facebook Sismuc.

Ainda segundo a coordenadora, as negociações estão suspensas pela prefeitura. Por isso, a greve deve continuar na semana que vem. “Todos os 60 agentes estão em greve. Apenas estão trabalhando na função de combate a endemias os agentes comissionados. Não queremos isso, ainda mais próximo da época mais crítica de combate ao Aedes aegypti (mosquito da dengue)”.

A coordenadora se refere ao Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Lira), que ocorre nesta época do ano. “Temos tentado negociar desde o ano passado. Infelizmente, tivemos que aprovar o indicativo de greve. Isso prejudica a população”, informou a Ana Cozzolino.

‘Pra manter a ordem’

Sobre a ação da GM com spray de pimenta, a prefeitura informou, em nota, que a Guarda Municipal precisou utilizar equipamento menos letal para conter um princípio de tumulto no prédio da Secretaria Municipal de Saúde, no início da tarde desta sexta-feira. Ainda segundo a nota, o procedimento está respaldado pelo uso progressivo da força e para manutenção da ordem pública. “A situação foi controlada e o acesso dos funcionários continuou ocorrendo normalmente”, concluía o texto.

Segundo o Sismuc, cerca de 40 servidores participavam do ato na tarde desta sexta-feira (4).

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