Cresce rejeição a produtos transgênicos na Europa

Depois que a Suíça proibiu a produção de grãos geneticamente modificados, em decisão tomada por meio de plebiscito, cresce na Europa a tendência para a ampla rejeição de produtos transgênicos. Agora, a Áustria anuncia que irá propor referendo em todos os países da Comunidade Européia para que o povo europeu tenha o direito de se manifestar sobre o cultivo de produtos geneticamente modificados.

O número de regiões e províncias européias que se declararam livres de transgênicos aumentou para 164 neste ano. Cerca de 4.500 administrações locais (municípios) ou pequenas localidades também se manifestaram contra produção transgênica.

O movimento contra produtos transgênicos na Europa ganhará força no próximo ano, quando acontecerá em Berlim, nos dias 14 e 15 de janeiro de 2006, a II Conferência Européia de Regiões Livres de Transgênicos. As entidades representativas da sociedade civil e de consumidores pretendem pressionar os governos da Comunidade Européia para a adoção de banimento de lavouras de produtos geneticamente modificados.

A rejeição aos transgênicos na Europa tem duas vertentes: os consumidores que fizeram valer sua não aceitação em adquirir alimentos processados com produtos transgênicos e os agricultores e populações rurais que descartam cultivos de grãos geneticamente modificados. Esta tendência se reflete na economia, já que as grandes redes européias de supermercados baniram alimentos que contenham substâncias transgênicas. Também a indústria de alimentos adotou a mesma posição para garantir a exigência dos consumidores.

Analistas do mercado de commodities apontam que após a rejeição de transgênicos na alimentação humana, os consumidores europeus vão também exigir que seja proibida a alimentação de animais com rações processadas com grãos transgênicos. Esta tendência que já se manifesta em alguns países, terá efeito dramático sobre as vendas de soja transgênica que perderão progressivamente mercados em todo o mundo.

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