Cresce acampamento do MST onde caiu avião da Bata

O acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) do distrito de Maracangalha, município de São Sebastião do Passé (BA), a 56 quilômetros de Salvador, a cerca de 300 metros de onde caiu, na quarta-feira passada, o bimotor da Bahia Táxi Aéreo (Bata) que transportava R$ 5,56 milhões de instituições financeiras, voltou a crescer depois de alguns dias de fuga dos integrantes.

Os motivos, de acordo com um dos coordenadores do acampamento, Marcelo Amorim, são a volta de pessoas que haviam deixado o local por medo dos policiais que, de acordo com ele, estavam invadindo os barracos e agredindo os habitantes, supostamente para investigar o destino do dinheiro que estava no avião e foi totalmente saqueado, e a chegada de moradores das comunidades vizinhas, que estão sofrendo assaltos de pessoas que se dizem policiais.

"Eles invadem as casas, armados, perguntam onde está o dinheiro, reviram os móveis e levam até eletrodomésticos", conta Amorim. "Eles ficaram com tanto medo que abandonaram suas casas e vieram pedir abrigo aqui, onde acham que estão mais seguros". Segundo o coordenador, os acampados no local, que no fim da semana passada chegaram a apenas 40, já passam de 150. "Estamos fazendo turnos de vigilância de quatro horas, para tentar proteger os barracos e os moradores.

A delegada Maria da Salete Campos Amaral, da Delegacia de São Sebastião do Passé, confirma a denúncia de que falsos policiais estão aproveitando para assaltar a população e afirma que está apurando o caso. "Passamos o domingo inteiro investigando esses assaltos", conta.

Ela afirma, porém, que apesar de as equipes policiais já somarem cerca de 200 pessoas na cidade, ainda não foram efetuadas prisões de assaltantes. De acordo com ela, as pessoas que foram flagradas com dinheiro do avião estão sendo indiciadas por furto. Até o início da noite de hoje, cerca de R$ 540 mil haviam sido recuperados.

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