Crédito cresce pouco em agosto e dá sinais de estagnação

O ritmo de crescimento do crédito apresentou sinais de desaceleração em agosto. A participação dos empréstimos bancários no Produto Interno Bruto (PIB) parou de aumentar e permaneceu em 32,8% do PIB, porcentual muito próximo dos 32,6% de maio, segundo o Banco Central (BC).

O chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, reconheceu que essa participação ainda é muito pequena se comparada com a de outros países emergentes. Ele disse, entretanto, que não concorda com a avaliação de que a expansão do crédito esteja perdendo fôlego. "Não vejo essa desaceleração.

Para Lopes, a parada no processo de crescimento da participação do volume de crédito no PIB pode ser atribuída a uma mera questão estatística. "Como a base de comparação hoje é maior, é natural que o crescimento seja mais modesto mesmo." No ano passado, a participação do crédito no PIB avançou de 26,9% para 31,2%, mas começou a subir mais lentamente desde o início de 2006.

Lopes destacou que a participação no PIB do crédito livre de direcionamento obrigatório (dinheiro cuja aplicação não é determinada por lei) permaneceu em 22,3%, maior porcentual desde o início da série estatística do BC. "O crédito livre tem crescido de forma bastante satisfatória", afirmou. Nas operações com pessoas físicas, o crédito livre apresentou alta de 1,9% em agosto ante julho e já mostrava expansão de 2,2% nos primeiros 13 dias deste mês.

O problema, segundo analistas de mercado, é que o ritmo de expansão do crédito livre para pessoas físicas em períodos de 12 meses vem apresentando quedas sucessivas. Desde os 29,7% em junho, a taxa de expansão recuou para 26,7% em agosto. A queda, na avaliação dos economistas, tem sido provocada pelo fato de o nível de endividamento das famílias brasileiras já estar em nível elevado. "Há um superendividamento das famílias", disse o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas.

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