Cravo e ferradura

Boa coisa não é. Pois até projeção de queda da inflação no restante do ano serve para robustecer comentários já ouvidos aqui e acolá. Se a inflação continuar em estado de desfalecimento, o governo sentirá a comichão de elevar os preços da gasolina e do óleo diesel. É lógico, o leitor tem razão: só depois das eleições.

Portanto, se mais essa garfada no bolso do cidadão que possui automóvel, condição desfrutada por milhões e milhões de patrícios, seguir os caminhos naturais e passar da conjectura para a realidade, o impacto virá nos dois últimos meses do ano e daí em diante…

Excelente maneira de fazer com que ninguém esqueça e continue a festejar a conquista da auto-suficiência na produção de petróleo por parte da Petrobras.

O Banco Central anda dizendo que o IPCA do ano fechará em 3,8%, bem abaixo da meta estimada antes de 4,5%.

E, se é assim, nada mais propício que aproveitar a conjuntura favorável para tascar um reajuste sobre os preços dos combustíveis, tendo em vista que o mesmo nem será percebido pela maioria absoluta dos usuários de veículos automotores.

Em bom português, é o que se entende por uma no cravo, outra na ferradura.

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