Não há consenso entre os integrantes da CPI dos Correios em torno da conclusão dos trabalhos da Comissão no início de março. O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou que pretende apresentar o seu relatório final logo depois do Carnaval, com um resumo de todas as descobertas feitas pela Comissão ao longo das investigações. Mas o sub-relator de fundos de pensão, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), disse hoje (9) que não aceita a proposta.
"Não vamos abrir mão de que a CPI esgote o seu prazo. O relatório final será um só e não tem sentido antecipar uma parte para março e deixar os fundos de pensão para abril", afirmou ACM Neto. "Temos de dar todas as respostas", completou o pefelista. A idéia é deixar para meados de abril, quando termina o prazo de funcionamento da CPI, as conclusões sobre o eventual envolvimento dos fundos de pensão no esquema de Marcos Valério Fernandes de Souza.
A maratona de depoimentos na CPI dos Correios continua esta semana. A previsão é que nove depoentes compareçam à Comissão. Amanhã (10), a sub-relatoria de Normas e Combate à Corrupção da CPI vai ouvir o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Gustavo Rodrigues, e o diretor de Normas e Organização do Banco Central, Sérgio Darcy da Silva Alves. "Vamos fazer um raio X da estrutura de cada um desses órgãos e estabelecer critérios para que nos próximos governos se roube menos no Brasil", explicou o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), sub-relator de normas.
A sub-relatoria do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) ouve também amanhã o depoimento de Carlos Murilo Goulart Barbosa Lima, ex-diretor da estatal. Na quarta-feira (11) será a vez dos depoimentos do superintendente de Finanças da Usiminas, Carlos Campolina, e do ex-diretor de Furnas Rodrigo Botelho Campos. A sub-relatoria de fundos de pensão vai ouvir o depoimento, quarta e quinta (12), de quatro representantes da Prece, o fundo de pensão da Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae).