CPI dos Bingos deve aprovar amanhã quebra do sigilo de Okamotto

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos deve aprovar amanhã (14) a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) , Paulo Okamotto, e da mulher dele, Dalva Okamotto. O requerimento é do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). Barros pede ainda à comissão que solicite ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) o relatório de operações feitas por Paulo Okamotto em valores elevados. O senador do PSDB do Mato Grosso alega que ele deixou inúmeras questões sem respostas no depoimento que prestou à CPI em novembro. Na ocasião, Paulo Okamotto tentou explicar o fato de ter quitado, com dinheiro do próprio bolso, a dívida de R$ 29.436,26 que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva devia ao PT. Mas a versão do presidente do Sebrae, de que fez isso para não causar constrangimento a Lula, não convenceu os senadores.

Na prestação de contas feita à Justiça Eleitoral, o partido refere-se a esse valor como um empréstimo feito pelo presidente. A oposição, de acordo com o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), suspeita que o dinheiro do pagamento saiu do caixa dois do PT.

Bingo

Com a abstenção dos senadores Ideli Salvati (PT-SC) e Tião Viana (PT-SC), a comissão aprovou hoje, por iniciativa do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a abertura das contas, das ligações telefônicas e da documentação fiscal do empresário Roberto Carlos Kurzweil. Kurzweil é dono da locadora que emprestou o carro usado para transportar de Campinas, no interior de São Paulo, para a capital paulista os US$ 3 milhões supostamente recebidos de Cuba para a campanha presidencial da legenda em 2002. Ele é ainda sócio dos donos de bingos que teriam oferecido R$ 1 milhão ao então coordenador da campanha, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em troca da legalização dos jogos no País.

Em outro requerimento, do relator Garibaldo Alves (PMDB-RN) a CPI quebrou o sigilo bancário, fiscal e telefônico da empresa Telecom Net & Consultoria, suspeita de participar do esquema de renovação do contrato das loterias da Caixa Econômica Federal (CEF) com a multinacional Gtech.

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