Coronel acompanha análise de caixas-pretas no Canadá

A comissão de investigação do acidente com o avião da Gol terá em mãos na semana que vem as informações das caixas-pretas do Boeing e do jato Legacy. A análise dos dados será decisiva para esclarecer as causas da colisão. O coordenador da comissão, coronel-aviador Rufino Antônio da Silva Ferreira, chega hoje ao Canadá, para onde foram enviadas as caixas-pretas. Ele vai acompanhar as transcrições dos dados.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as caixas-pretas do Gol ficaram bastante avariadas, o que pode trazer dificuldades ao trabalho da comissão. Uma parte do registrador de voz foi perdida. As do Legacy, retiradas em solo e avaliadas previamente em São José dos Campos, estão em bom estado.

No Canadá, os equipamentos passam por leitura mais minuciosa. Ferreira, chefe da Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Dipaa) do Departamento de Aviação Civil (DAC), deve divulgar os resultados na semana que vem. Os dados estão contidos em dois módulos: o Cockpit Voice Recorder (CVR), que grava tudo que é dito na cabine de comando, e o Flight Data Recorder (FDR), que registra parâmetros de vôo, como altitude e velocidade.

Os pilotos do Legacy, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, serão ouvidos novamente em inquérito aberto na Polícia Civil de Mato Grosso. A data dos depoimentos ainda não foi marcada. O delegado Luciano Inácio da Silva quer esclarecer as contradições entre os depoimentos dos pilotos sobre o plano de vôo e o que eles disseram à Polícia Civil no dia 30, em Cuiabá. O delegado confirmou que, em depoimento, os pilotos alegaram que voavam a 37 mil pés seguindo o plano de vôo. Os controladores de vôo de Brasília e Manaus também serão ouvidos.

Lepore e Paladino continuam hospedados no JW Marriot, em Copacabana, zona sul do Rio. Ontem eles receberam a visita de um representante do consulado americano. O advogado José Carlos Dias – que representa a ExcelAire, dona do Legacy, e os pilotos – criticou o ‘vazamento de documentos’ e ‘conclusões precipitadas’ da investigação.

O ministro da Defesa, Waldir Pires, disse ontem que a decisão de tomar os passaportes dos pilotos do Legacy e mantê-los no Brasil é da Justiça, e não do governo brasileiro. "Eles (os pilotos) estão aqui porque a Justiça entendeu que seria indispensável. E, se porventura, o juiz liberar, está liberado. Não é o governo que vai prendê-los aqui", comentou o ministro.

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