Coordenadoria Antidrogas analisa comportamento de jovem que usa álcool

A Coordenadoria Estadual Antidrogas (Cead), da Secretaria da Justiça e da Cidadania, analisou o comportamento do jovem que faz o uso excessivo de bebidas alcóolicas, especialmente em datas festivas como o carnaval. O alerta a respeito dessa postura teve como base, dados da última pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações às Drogas (Cebrid).

Em 2004 no Paraná, 40,8% das crianças entre nove e 12 anos já fizeram uso de bebida alcoólica; na faixa de 12 a 15 anos o consumo sobe para 80,6%, enquanto entre 15 e 24 anos há o maior registro por morte e ferimentos com graves seqüelas, decorrentes de acidente de trânsito causados pelo uso do álcool em 70% dos casos.

?A finalidade não é de discriminar o uso da bebida, mas sim orientar sobre os riscos, quando se consome o produto de forma abusiva?, observou o secretário da pasta, desembargador Jair Ramos Braga. ?É dever do estado, assim como de toda a sociedade, orientar e esclarecer aos jovens e as famílias sobre a questão das drogas, mesmo as lícitas como o álcool?, concluiu.

Com panorama da pesquisa, a coordenadora de Cead, Sonia Alice Felde Maia, analisou que uma das principais causas desse comportamento está ligada ao mau funcionamento da sociedade. ?Propagandas ditando como ser, agir, se vestir e a falta de monitoramento dos pais na vida de seus filhos, podem ser consideradas ações contundentes para os jovens, que não tem maturidade para discernir sua postura diante dos fatos corriqueiros da vida?, explicou Sonia, que atua também como psicóloga.

Para ela, a formação da maioria das crianças e jovens atuais está baseada no conceito da adição. ?Por exemplo, se o filho vê o pai ou mãe, tomar um comprimido para relaxar, um drinque para aliviar as tensões, vai ter como referência que seu bem-estar está diretamente associado a adicionar algo, como drogas, para obtenção do prazer. Isso também vale para um comportamento bastante comum nos dias de hoje, substituir os momentos difíceis por comida, compras, etc?, avaliou a psicóloga.

Contudo, Sonia ressaltou que o resgate de valores familiares e atitudes simples, como ?elogiar e dar afeto aos filhos, conversando sobre qualquer assunto, sem tom autoritário?, pode afastar a possibilidade da criança buscar futuramente na bebida alcóolica, sua sensação de prazer. Ela lembrou que a pressão social dos grupos de amigos, também é fator determinante para o uso do produto. ?Incentivar os jovens a praticar esportes, estar envolvidos com atividades artísticas, de trabalho voluntário é uma maneira de orientá-los a adquirir hábitos saudáveis?, exemplificou. ?Não é uma batalha contra o consumo do álcool, porém é fundamental que a sociedade, o estado e a família tenham consciência dos malefícios do uso abusivo?.

Programas

A Cead criou uma série de programas para a prevenção e orientação a respeito do uso de drogas lícitas e ilícitas nos últimos três anos. ?Nossa meta é antes de tudo trabalhar com a sensibilização da comunidade e posteriormente capacitar os grupos, para que todas as informações sejam repassadas, para outras pessoas, formando uma rede?, concluiu Sonia.

Desenvolvida pelas secretarias da Justiça e da Cidadania, Saúde, Educação, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a Formação de Cidadania Plena está sendo inserida gradativamente nas instituições de ensino públicas do Estado, para a prevenção de drogas e qualidade de vida. Convênios com empresas privadas foram firmados no ano passado, para a divulgação de ações antidrogas, assim como atividades de sensibilização. O Programa de Atendimento ao Servidor (PAS), trabalha com funcionários da Secretaria, na prevenção de drogas e álcool. Essas são algumas das ações da Cead, que pode orientar à população a respeito de seus projetos, também disponíveis no site www.pr.gov.br.

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