Coordenação do MST diz que não houve avanço nas negociações com Ministro

A coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) se reuniu, nesta quinta-feira, com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Miguel Rossetto "mas, não houve avanço nas negociações de sete itens que foram levados", segundo o representante do grupo em Brasília, João Paulo Rodrigues.

Um dos itens mais importantes da pauta levada a Rossetto, segundo Rodrigues, é a questão da fixação de Índices de Produtividade que vão ajudar na realização das vistorias de propriedades para fins de desapropriação e posterior fixação de assentados.

Segundo a Assessoria de Imprensa do MDA, o ministro informou ao MST que a Casa Civil da Presidência da República ainda está estudando a portaria que vai fixar os índices, em trabalho conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O ministro Miguel Rosseto encaminhou à Presidência da República em abril último proposta para atualização dos índices de produtividade.

O MDA informou que na próxima semana, provavelmente na quarta-feira, deverá haver outro encontro com o MST.

Os sem-terra reivindicam sete acordos estabelecidos com governo federal na Marcha Nacional pela Reforma Agrária, que ocorreu em maio deste ano. Entre os itens, estão o assentamento de 400 mil famílias até 2006, a concessão de linha de crédito especial para os assentados, distribuição de recursos para as agroindústrias e de cestas básicas mensais para os acampados.

O Plano Nacional de Reforma Agrária prevê o assentamento de 400 mil famílias até o final de 2006. Segundo Rossetto, nos dois primeiros anos de governo Lula foram atendidas 117,5 mil famílias e, este ano, foram assentadas 50 mil famílias. A meta é assentar 115 mil famílias até o final de 2005.

Pelos cálculos do movimento, em 2003 apenas 9 mil famílias do MST foram assentadas. Em 2004, foram 11 mil e este ano, até agosto, 4 mil famílias sem-terra conseguiram assentamentos. Haveriam 130 mil famílias acampadas em todo o país, 58 mil só do movimento, que ocupou 21 prédios do Incra, em 15 estados e no Distrito Federal.

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