Cooperativas vão debater agroenergia

A produção de bioenergia é tema da primeira Conferência Internacional de Agroenergia, que acontece entre os dias 11 e 13 de dezembro em Londrina, norte do Paraná. O objetivo do evento é promover parcerias entre instituições privadas e públicas para consolidar o Brasil como maior produtor mundial de etanol, além de discutir e promover a produção de outras alternativas energéticas renováveis.

Ao longo dos três dias de evento, pesquisadores nacionais e internacionais participarão de 19 painéis e 8 conferências sobre temas como: Mercado de Etanol, Perspectivas Energéticas Mundiais, Mercado de Carbono, Aproveitamento de Co-produtos, Produção de Biodiesel, Ameaças e Oportunidades da Agroenergia, entre outros.

Com efeito, a produção e aproveitamento de combustíveis renováveis para o abastecimento de pequenas propriedades já é realidade em muitas partes do Brasil. A Cooperativa Agroindustrial de Rolândia, Corol, é um dos exemplos que demonstram o fortalecimento dos biocombustíveis no meio agrícola. Por meio da queima do bagaço da cana-de-açúcar, produzida pela cooperativa, é gerada energia suficiente para abastecer completamente sua sede. Por meio de sua assessoria de imprensa, a entidade afirmou que, com a produção independente de agroenergia, a cooperativa deixou de comprar cerca de 4.200 Kw/h. Além da economia de custos, a produção de álcool por meio do bagaço da cana também diminui consistentemente o impacto ambiental, quase nulo quando comparado a uma hidrelétrica.

A Usina Bandeirantes, no norte do Paraná, também aproveita o bagaço da cana-de-açúcar para consumo próprio. Segundo Gustavo Cocco, supervisor da usina, a economia obtida pela usina fica em torno de R$ 2 milhões por ano. ?O principal benefício, no entanto, é a não-dependência da energia fornecida pelas concessionárias, que podem ser interrompidas a qualquer momento por algum problema?, observa. O engenheiro acredita não haver nenhum impacto ambiental, ?pois hoje as caldeiras possuem lavadores de gases que eliminam ou minimizam a emissão de gases e fuligens na atmosfera?, diz.

Estima-se que até o ano de 2050 o petróleo, principal fonte de combustível fóssil, deverá acabar, criando a urgência do desenvolvimento de outras fontes energéticas. Para os pesquisadores, o Brasil é o país com maior potencial de produzir combustíveis renováveis, sendo uma oportunidade fundamental para projetar o Brasil no mercado internacional e desenvolver o país. Somente em 2005, foram produzidos mais de 17 bilhões de litros de etanol no país, sendo que a projeção é de que até o final da década a média anual de produção seja de 30 bilhões de litros.

Paralelo ao evento, haverá ainda a primeira Exposição e Feira de Tecnologia para a Geração de Energia Renovável e Alternativas Energéticas. A iniciativa da Conae é da Federação de Associações de Engenheiros Agrônomos do Paraná e Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina e conta com o apoio de universidades, Embrapa, Ministério da Agricultura, Ministério do Turismo, Sociedade Rural do Paraná, Embratur, Londrina Convention & Visitors Bureau, Itaipu Binacional, Universidade Tecnológica, Adetec, Confea / Crea.

Podem participar da Conferência Internacional de Agroenergia engenheiros, arquitetos, pesquisadores, professores, fabricantes de veículos e máquinas, agricultores, entidades governamentais, organizações não governamentais, estudantes, ecologistas, economistas, jornalistas e formadores de opinião. 

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