Consegui trazer a educação para o debate, diz Cristovam

Em campanha no Rio de Janeiro, o candidato à Presidência do PDT, Cristovam Buarque, disse hoje que, apesar do mau desempenho nas pesquisas, já se sente vitorioso por ter influenciado, segundo ele, para que o debate sobre a educação ganhasse mais espaço na campanha deste ano. "Sou um guerrilheiro, não só um candidato", disse o senador, em palestra na faculdade Moraes Júnior, no centro do Rio. "As pessoas dizem que eu sou um derrotado nas pesquisas, mas do ponto de vista ideológico eu sou um vitorioso. Estou trazendo a educação para o debate", disse o candidato, acrescentando que continuará defendendo as mesmas idéias após a eleição.

Aos críticos que o apontam como um candidato monotemático, Buarque disse que seu programa tem apenas seis, dos mais de 40 itens, voltados para educação. Ele afirmou que boa parte da violência é causada pela exclusão social e pela falta de escola. "Não estou dizendo que analfabeto é mais bandido do que doutor. Está cheio de doutor bandido. Mas temos que entender que a desigualdade é o maior problema do Brasil", disse Cristovam. O senador disse que ainda acredita na possibilidade do socialismo, mas que este não é um projeto para agora. Ele defendeu que os eleitores tenham coragem de votar em um projeto alternativo. "O que eu mais vejo é todo mundo reclamar. Todo mundo é contra tudo que está aí mas vota nos mesmos", disse.

Cristovam disse também que o analfabetismo representa um grande atraso para o Brasil. O senador lembrou que os 17 milhões de analfabetos do Brasil não podem ler o que está escrito na bandeira brasileira, uma das únicas do mundo que ostenta dizeres. "Em vez de ordem e progresso, deveria estar escrito na bandeira educação é progresso", discursou o senador.

No final da palestra, ele explicou que não tem a intenção de propor formalmente a mudança do lema da bandeira, mas que este seria apenas um gesto poético para conscientizar o Brasil da importância de fazer o que ele chama de "revolução na educação". Para o senador pedetista, se o País esperar mais dez anos para eleger a educação como prioridade poderá ter no horizonte um futuro parecido com o apartheid da África do Sul e até uma guerra civil.

O candidato do PDT fará também uma palestra na universidade Gama Filho, na Barra da Tijuca, e planeja uma caminhada pelas ruas do centro do Rio, no início da tarde. Às 15h, ele lança seu programa de governo na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

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