Comandante do RJ não quer relação da PM com milícias

O novo comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Ubiratan Ângelo, disse hoje que não admitirá qualquer relação da corporação com as milícias – grupo formado por agentes de segurança que combate clandestinamente o tráfico de drogas em algumas favelas do Rio. "O terreno é da comunidade e quem deve protegê-la é a polícia. Vamos ocupar esse espaço que é nosso", disse ele, após participar da cerimônia de troca de comando, que contou com a presença do governador Sérgio Cabral Filho, ontem, no Quartel-General da PM, no centro do Rio.

A primeira medida que Ângelo irá tomar será reforçar o policiamento nas vias expressas da cidade, a mesma que o ex-secretário de Segurança Anthony Garotinho tomou quando ocupou o cargo, na gestão de sua mulher, a ex-governadora Rosinha Matheus (PMDB). O novo comandante anunciou mudanças na estrutura da corregedoria. "Hoje o corregedor tem um lastro muito pesado de procedimentos administrativos", disse ele, que irá elevá-la ao status de diretoria. Assim, haverá uma secretaria para os assuntos correcionais e uma para as investigações internas. Segundo ele, o atual corregedor, coronel Paulo Ricardo Paul, permanece no cargo

O coronel Ângelo deve se reunir hoje com os comandantes dos batalhões intermediários: duas unidades do Comando de Policiamento da Capital, três do Comando de Policiamento do Interior, o Comando de Policiamento da Baixada, um de áreas especiais e um de áreas de operações especiais. Só então ele nomeará os novos comandantes dessa unidades, que serão as pessoas responsáveis pela indicação dos responsáveis pelos batalhões de área.

Sobre o decreto do governador Cabral Filho, que convocou todos os policiais cedidos a outros órgãos a se reapresentarem, Ângelo disse que nem todos serão aproveitados no policiamento ostensivo mas que, os que retornarem às ruas, terão um curso de reciclagem específico para a área onde irão atuar. Ele estima que há cerca de cinco mil policiais militares nessa situação.

Questionado sobre o uso polêmico dos carros blindados durante operações policiais – que receberam da população o apelido de "Caveirão" – o novo comandante declarou ser favorável. "O blindado é essencial em ações que o policial esteja em perigo ou tenha que resgatar vítimas em áreas de risco", ponderou.

Voltar ao topo