Com Venezuela, Mercosul busca ampliar integração política e econômica

Caracas (Venezuela) ? A partir de agora, o Mercosul conta oficialmente com seu quinto país membro. A Venezuela entra no bloco em um momento em que as nações menores, como Paraguai e Uruguai, pedem o reforço das políticas de enfrentamento às grandes diferenças econômicas, o que poderia ajudar na integração política e econômica. Com a adesão do quinto país, o bloco passará a ter 250 milhões de habitantes, área de 12,7 milhões de quilômetros quadrados e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1 trilhão, 76% do total da América do Sul.

O presidente Hugo Chávez destaca que o acordo marca "uma nova etapa, não só na história da Venezuela, mas também na história sul-americana". A Venezuela celebra os 195 anos da declaração de sua independência amanhã (5) e, segundo Chávez, a entrada de seu país no bloco pode ser comparada com as bases lançadas pelo líder Simon Bolívar no século 19. "Estamos colocando pedras fundamentais para a liberação da América do Sul, para a concretização de um grande projeto sul-americano", disse.

Lula avalia que a Venezuela, governada por Hugo Chávez, tem um papel importante no continente. "É um país de quase 30 milhões de habitantes que está num processo de desenvolvimento muito bom. É um país que faz a ligação do Caribe com a Patogônia e nós consideramos muito importante a entrada da Venezuela e pode abrir para que os países do Mercosul entrem no bloco", disse.

Segundo o argentino Néstor Kirchner, a entrada da Venezuela no Mercosul vai colaborar com o processo de integração e projeção da América do Sul em relação ao mundo. "Esse é um passo qualitativo que vai consolidar a perspectiva de projeção da região em direção ao mundo, à própria América, América Latina e aos processos de integração que este espaço do mundo está precisando para que definitivamente tenha voz e fortaleza". Segundo o presidente argentino, através dessa projeção será possível "encontrar os padrões de construção que nos permitam responder as expectativas dos nossos povos".

As lideranças dos três maiores países, Brasil, Argentina e Venezuela, repetiram a necessidade de buscar alternativas para diminuir as diferenças econômicas das nações menos industrializadas, Paraguai e Uruguai, como membros plenos, e Bolívia, como país associado ao bloco. Paraguai e Uruguai tem criticado a ausência de políticas para ampliar o desenvolvimento das economias menores. Lula voltou a citar a possibilidade de mecanismos de financiamento com o do BNDES, mas com "garantias" para o Brasil. "Nós temos os países mais pobres, menos industrializados e sempre há problemas e divergências que teremos que ir contemporizando", defende.

colaboou Érica Santana

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