Com PPP, infra-estrutura espera aumento dos investimentos em 2005

Durante a cerimônia de sanção presidencial do projeto de lei das Parcerias Público-Privadas (PPPs) , o vice-presidente da Associação Brasileira de Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Manoel Ribeiro Filho, disse que o otimismo do setor é grande para o ano que vem e que o projeto de parcerias entre o governo e a iniciativa privada vai criar um ambiente forte de investimentos no país.

"Acho que o investidor estrangeiro vem para o país e que o investidor interno vai deixar os investimentos normais para abrir novos. Além disso, o investimento em infra-estrutura tem rentabilidade de longo prazo, é gerador de fluxo de caixa e interessa aos investidores institucionais como Fundos de Pensão, Bancos de Investimentos", destacou Manoel Ribeiro.

Além dos investimentos internos e externos, o vice-presidente da Abdib destacou que, além de reduzir o déficit de infra-estrutura no país, as PPPs vão gerar empregos. "Há um déficit enorme de infra-estrutura logística, que vem prejudicando o desenvolvimento do país. Eu ousaria dizer que o Brasil não vai se desenvolver a contento, caso não sejam tirados esses gargalos de infra-estrutura e logística", disse.

De acordo com Manoel Ribeiro, o projeto permitirá também um aumento de empregos no país, tanto durante as obras a serem realizadas quanto após a sua conclusão. Ele explicou que, com infra-estrutura, se ganha em capacidade de exportação, em produção, aumentando investimentos para corresponder à demanda, e criando empregos.

Ele ressaltou, no entanto, que as áreas que devem receber investimentos prioritários são as de transporte, logística e energia. "Se o país começar a crescer, energia não se faz da noite para o dia. Precisa-se de tempo de maturação e não podemos correr o risco de um novo apagão", lembrou.

O vice-presidente da Abdid destacou, no entanto, que o governo vai precisar ter agilidade para selecionar os projetos e dar a partida nas obras. Para ele, o único ponto da lei que é falho diz respeito à execução dos projetos. "O governo deveria definir parâmetros para obras e serviços necessários ao PPP e deixar que todo o projeto fosse feito pela iniciativa privada. Isso diminuiria o tempo de alavancagem desses projetos", considerou.

Outro ponto que considerou crítico é quanto ao valor mínimo para investimentos. Para ele, União e estados têm a quantia como suficientes, mas os municípios não. "Os municípios têm que ter maior flexibilidade para realizar as suas parcerias, e a lei não atende a essas peculiaridades dos municípios. Os municípios têm que começar a lutar por uma flexibilização", concluiu.

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