Com Alcorão, juíza alemã justifica agressão a esposas

Citando o Alcorão, uma juíza alemã negou o pedido de divórcio feito por uma mulher muçulmana que se queixava da violência do marido. A juíza alegou que o casal pertencia a uma cultura na qual os homens podem usar castigos corporais contra suas esposas. A decisão provocou condenações de líderes muçulmanos e políticos ontem. O fórum administrativo de Frankfurt informou que estuda medidas disciplinares contra a juíza. Ela foi afastada do processo de divórcio da mulher – uma alemã de ascendência marroquina, casada com um cidadão marroquino.

A juíza Christa Datz-Winter declarou em sua recomendação que os dois vieram de um ?ambiente cultural marroquino em que não é incomum um homem exercer um direito de castigo corporal sobre sua esposa?, informou o tribunal. Ela argumentou que esse não era um caso de provações excepcionais que justificariam um processo litigioso de divórcio.

Quando a mulher protestou, Datz-Winter citou uma passagem do livro sagrado islâmico, o Alcorão, para sustentar seu arrazoado onde consta que ?os homens são encarregados das mulheres?. O vice-presidente do tribunal, Bernhard Olp, disse ontem que a juíza ?lamenta ter dado impressão de que aprova a violência contra mulheres?. Olp disse que a juíza estava convencida de que fazia o melhor para proteger a mulher, e não via razão para conceder ajuda no pagamento das custas judiciais para um divórcio sumário – e citou o Alcorão para sustentar seu arrazoado.

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