CNI quer que governo regulamente já as barreiras a produtos chineses

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto pediu, nesta quarta-feira, que o Governo regulamente os mecanismos de salvaguardas contra a concorrência de produtos chineses que chegam ao Brasil com preços muito abaixo dos nacionais.

Monteiro afirma que o fato de a China "manter câmbio fixo, subvalorizando sua moeda prejudica a competitividade com os demais países". No caso do Brasil, segundo ele, o prejuízo é maior na área de tecidos e calçados.

Em entrevista à Radiobrás, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, refutou queixa de empresários que pressionaram para que o decreto, tratando da adoção de barreiras contra a importação de produtos chineses, fosse publicado antes da sua viagem a Pequim.

Uma missão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior vai a Pequim para discutir, entre outros assuntos comerciais, a questão dos calçados, têxteis e pneus para bicicletas. As reuniões vão acontecer entre dias 23 e 25. O ministro Furlan estará também, no final do mês, no país, para discutir o comércio bilateral, a partir dos entendimentos que vão ser mantidos pela missão da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério.

O presidente da CNI disse que a regulamentação das salvaguardas em relação aos produtos chineses, através de três decretos que estão em estudo na Casa Civil da Presidência da República "deveria sair antes da viagem do ministro, mas ele decidiu optar pelo adiamento por parecer mais prudente. Agora, eu espero que saia algo de concreto, porque a situação é muito grave", disse.

Um estudo realizado pela CNI e pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) revelou que o Brasil vem perdendo competitividade para a China nos principais mercados consumidores das exportações brasileiras.

O presidente da CNI afirmou em nota divulgada hoje que já levou sua posição aos ministros da Fazenda, Antônio Palocci e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Monteiro disse que reclamou "da falta de consultas ao setor privado em relação às negociações com a China". A CNI também reclamou do "reconhecimento da China pelo Brasil como economia de mercado", alegando que isso "dificulta a adoção de medidas antidumping em relação às importações chinesas".

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