China rejeita acordo comercial com o Brasil

A proposta do governo de negociar um acordo comercial com vistas ao livre comércio e um acordo automotivo foi rejeitada pelo governo chinês. O secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Reginaldo Arcuri, disse hoje (11) que, com isso, a estratégia brasileira será fortalecer as relações econômicas com China para que se possa se beneficiar dessa aproximação quando o governo chinês decidir negociar um acordo comercial.          Segundo Arcuri, o governo chinês acha prematuro um acordo de livre comércio, considerando que passou a integrar a Organização Mundial do Comércio (OMC) no ano passado, e se recusa a fazer acordos setoriais como o automotivo.

Na sexta-feira, o ministro do Planejamento da China, Zhang Bobao, esteve com o ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, e teve reuniões com técnicos do ministério e representantes da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea). O governo entregou ao ministro chinês uma minuta de memorando de entendimento para desenvolvimento da cooperação industrial em vários setores, como café, mas principalmente álcool e automotivo.

?Estar no mercado chinês é mais importante que continuarmos lutando por um acordo de livre comércio?, disse Arcuri. O governo espera assinar ainda este ano o memorando. Segundo Arcuri, governo e empresários irão se reunir para traçar uma agenda de trabalho para todos os setores incluídos no documento.

Os chineses têm interesse em conhecer a tecnologia e os equipamentos brasileiros para produção de álcool combustível. Arcuri explicou que a China tem planos de montar uma segunda usina de álcool e está interessada em utilizar a tecnologia brasileira. Atualmente, os chineses produzem 600 mil litros de álcool por ano, mas utilizam tecnologia norte-americana. ?A tecnologia brasileira é a mais moderna do mundo?, defendeu.

Os chineses também querem conhecer a experiência brasileira de adicionar álcool à gasolina em padrões mais altos que outros países. ?O Brasil quer fazer disso uma área de cooperação industrial. Queremos vender carros, motores, tecnologia e equipamentos?, disse Arcuri. As negociações interessam ao Brasil, que quer transformar o álcool em commodity para conter a volatilidade do mercado de açúcar e facilitar o comércio internacional do produto.

No setor automotivo, as negociações com a China visam estimular a venda de carros a álcool, com motores flexíveis ou ainda com motores que admitem uma mistura mais alta de álcool na gasolina. O Brasil também espera aumentar as exportações de carros a gasolina, principalmente de médio e pequeno portes. O Brasil atualmente exporta principalmente peças de automóveis para serem montados na China, além de autopeças.

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