Chilenos avaliam rebanhos bovinos do Sul do País

Uma missão veterinária do Chile começou hoje agenda de avaliação do sistema de sanidade do Rio Grande do Sul, que teve as exportações de carne bovina para o país andino suspensas após o surgimento de febre aftosa em Mato Grosso do Sul em outubro de 2005.

Além de informações sobre vigilância e rastreabilidade, os chilenos questionaram os técnicos brasileiros sobre a alimentação do rebanho nas propriedades. Eles pediram garantia de que as rações não usam proteína animal – uma medida de prevenção à doença da vaca louca -, citou o diretor técnico do Ministério da Agricultura no Estado, José Severo.

"Estamos aqui para verificar o cumprimento das exigências", descreveu o veterinário chileno José Alfredo Herrera. Questionado sobre a demora nas negociações para a reabertura do mercado, que já duram sete meses, Herrera disse que os dois países estão aproximando suas posições. Ele explicou que a missão levará seu relatório na próxima semana às autoridades chilenas e preferiu não projetar um prazo para a decisão final.

Ao avaliar se o Estado demonstra condições de atender às exigências, Herrera afirmou que "se não pensássemos que poderiam cumprir, não viríamos". O Chile compra cerca de 14 mil toneladas de carne bovina do Rio Grande do Sul por ano. Na reunião com técnicos de sanidade, as importações de carne suína e de aves não foram discutidas.

Os veterinários da missão disseram que a suspensão, por parte do Brasil, da importação de uva fresca e outras frutas do Chile na semana passada – depois que o ácaro Brevipalpus chilensis foi detectado em cargas provenientes do país – não teve influência na organização da visita, que era aguardada há dois meses. A agenda foi definida uma semana antes do episódio, disse Herrera.

O Chile compra atualmente carne bovina do Uruguai e do Paraguai, com restrições à região próxima à fronteira com Mato Grosso do Sul, explicou Herrera.

Depois de visitar inspetorias veterinárias e propriedades rurais em Bagé e Dom Pedrito (RS), os veterinários chilenos irão para Santa Catarina. Os dois Estados têm reconhecimento internacional de área livre de aftosa com vacinação, lembrou Severo, uma das condições necessárias para fornecer carne ao Chile.

O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Quintiliano Vieira, ressaltou que o quadro de funcionários da pasta foi reforçado e não usa mais contratos emergenciais. "Eles querem ter confiança de que a carne é gaúcha e que passou pela rastreabilidade", comentou.

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