Chaga maléfica

O mundo católico mais uma vez é confrontado com uma chaga maléfica que empana a face da igreja. Uma prestigiosa agência de notícias dos Estados Unidos, a Associated Press (AP), baseada em estudos feitos por bispos de várias dioceses do referido país, afirma que, desde 1950, a igreja pagou mais de US$ 1 bilhão em indenizações por abuso sexual em suas paróquias. Esses gastos compulsórios englobam as quantias despendidas em processos, multas, taxas legais e acordos selados em cortes de Justiça com as vítimas dos abusos e outras despesas.

Segundo o documento distribuído pela AP, a Igreja Católica norte-americana foi obrigada a pagar nos últimos três anos o valor correspondente a US$ 378 milhões, com o recrudescimento dos casos de abuso sexual cometidos por religiosos da arquidiocese de Boston, na Nova Inglaterra. Esse talvez seja, ao lado de outros entraves de ordem doutrinária ou teológica quanto a problemas de bioética, relacionamento humano e diálogo ecumênico, o maior desafio do pontificado de Bento XVI.

Como as demais instituições integradas por seres humanos, a igreja também carrega sua própria cota de mazelas e desvios morais, posto que obrigada a agir com serenidade e firmeza para manter um patrimônio milenar.

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