Cenas de sangue

Este jornal reportou na edição de domingo, em matéria assinada pelo repórter Fábio Schäfer, um fato que vai se tornando rotineiro naquela que, outrora, foi chamada de cidade sorriso. Num espaço de poucas horas, entre as madrugadas de sexta-feira e sábado, seis pessoas foram assassinadas, uma delas com requintes de barbarismo.

Um índice elevadíssimo de homicídios cometidos com arma de fogo, motivo de protesto veemente junto às autoridades constituídas pelo Estado de Direito para a defesa da pessoa humana e do patrimônio, mesmo nos países de ordenamento jurídico precário e/ou ignorado pela população.

Seis assassinatos em rápida sucessão, um deles com a vítima sendo brutalmente torturada antes de morrer, é algo impensável numa cidade orgulhosa dos foros de civilização e cultura, como a capital do Paraná. Isso escancara a sanha da mentalidade criminosa, alimentada pelo acentuado desequilíbrio social e pelo baixíssimo nível de desenvolvimento humano experimentado por milhares de habitantes das periferias.

O aparato policial, por maior que seja seu esforço, é impotente para reduzir a espiral do crime, cada vez mais insolente e desafiador. Medidas urgentes precisam ser tomadas, não apenas no aumento do contingente das polícias Civil e Militar, em novas táticas ou armas modernas.

É pouco, enquanto o exterminador flagelo das relações humanas não for seccionado pela raiz.

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