Carne em alta

O setor da produção de carne, em 2006, sofreu violento impacto com os focos de febre aftosa e a ameaça da gripe aviária, mas já consegue trabalhar com a perspectiva de recuperação a partir do ano que vem. Os frigoríficos calculam que as operações serão mais rentáveis por conta da diminuição da resistência dos consumidores ao aumento de preços.

Além disso, a sinalização de que o governo pretende melhorar as condições da macroeconomia, com um vasto programa de investimentos, leva o setor a acreditar que a demanda de carne e derivados também vai se expandir.

De acordo com levantamentos do segmento, aumentou o consumo de carne de frango nas classes de renda inferior, embora o achatamento da renda da classe média tenha sido o fator mais contundente na diminuição da comercialização de carne bovina e suína.

Outro fator relevante na recuperação do setor de carnes, conforme explicou o professor Fernando Homem de Mello, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP), é a demanda crescente por proteínas no mercado externo e a alta nos preços de grãos, que entram na composição de rações animais. A conjuntura decerto vai pressionar para cima as cotações da carne, e nada seria mais estimulante para a pecuária brasileira.

A Associação Brasileira das Indústrias de Exportadores de Carnes (Abiec) é mais cautelosa ao estimar que a ?reversão do efeito aftosa? será progressiva, mas concreta. Um mercado em que o Brasil sempre teve participação efetiva, aos poucos será reconquistado. Valeu a visão de futuro dos empresários do setor.

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