Bulgária e Romênia entram amanhã para União Européia

Bulgária e Romênia passarão a integrar a União Européia a partir desta segunda-feira (1.º). Ambos os países são os últimos do Leste não-balcânico a aderirem à comunidade econômica mais importante do mundo.

Mergulhada numa crise institucional provocada por desigualdade, custo de vida elevado, desemprego, migração e preconceito, a UE agora deve fechar o clube e protelar por período indeterminado novas adesões, acreditam especialistas.

Reunidos, os dois novos países sócios representam ao bloco um mercado potencial de 30 milhões de consumidores e de US$ 250 bilhões de Produto Interno Bruto (PIB) – pouco diante dos US$ 12 trilhões de riqueza dos atuais 25 membros. Os dois países ainda exigirão gastos do fundo europeu da ordem de US$ 40 bilhões até 2011 em infra-estrutura e fortalecimento de suas instituições públicas.

Assumir o ônus de crescer dos originais 15 países desenvolvidos, em 2003, para 27 nações – desenvolvidas e em desenvolvimento – responde à ânsia de construir um grande mercado comum, mas também ao sonho de paz e estabilidade política em um continente devastado pelas guerras mundiais de 1914 a 1918 e 1939 a 1945. "Chegamos ao fim de um primeiro grande momento de adesão à UE. Agora viveremos uma pausa longa, período de estabilização e de fortalecimento das instituições que pode perdurar por 15 ou 20 anos", explica o economista Philippe Barbet, pesquisador do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas de Paris.

Candidatos

Azar da Croácia e da Turquia, atuais candidatos a membros permanentes. Estado menor – 4,5 milhões de habitantes -, a Croácia ainda tem chances de ingressar num futuro próximo. Já a Turquia pagará o preço por não ter exorcizado seus fantasmas, estabilizado sua democracia e cumprido as exigências mínimas de respeito aos direitos humanos. Os demais países dos Bálcãs (Montenegro, Macedônia e Sérvia), as ex-colônias francesas (Marrocos, Tunísia e Argélia) e a Albânia também terão de esperar. Tradicionais aliados russos, como Ucrânia e Moldávia, serão seduzidos, mas ninguém ousa prever suas adesões no curto prazo.

O projeto de tolerância e de multilateralismo idealizado no pós-guerra ainda não triunfou dentro das fronteiras. Políticos e parte da opinião pública vêem na integração e no euro a culpa pelo alto custo de vida, as taxas de desemprego e a migração, razões pelas quais franceses e holandeses rejeitaram a Constituição Européia em 2005. Esse continente dividido, dizem estudiosos, está ainda menos apto a capitanear tarefas como a repressão ao terrorismo e a mediação de conflitos como Israel x Palestina ou EUA x mundo muçulmano.

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